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Agência Correio
Publicado em 7 de julho de 2025 às 16:00
Uma descoberta revolucionária na área da neurologia pode transformar a vida de milhões de pessoas com risco de desenvolver Parkinson. Pesquisadores identificaram uma pista essencial para o diagnóstico precoce da doença, focando nos glóbulos brancos do nosso corpo. >
A pesquisa aponta para uma atividade elevada de certas células imunológicas, conhecidas como células T, anos antes do surgimento dos sintomas físicos de tremores e rigidez. Isso sugere que o sistema imunológico tem um papel fundamental na progressão da doença.>
Esta revelação é crucial porque, ao entender a interação entre o sistema imune e o Parkinson, abrimos novas portas para desvendar os mistérios dessa condição neurológica progressiva e desenvolver tratamentos mais eficazes.>
O portal Australiano Cosmos destaca que estudos recentes indicam que as células T, um tipo vital de glóbulo branco, podem estar diretamente envolvidas no desenvolvimento do Parkinson. Embora essenciais para combater infecções, essas células podem causar danos quando estão hiperativas ou mal direcionadas, como acontece em doenças autoimunes.>
O Professor Alessandro Sette, do La Jolla Institute, um renomado laboratório na Califórnia, lidera investigações para compreender se as células T hiperativas causam o dano neuronal ou se reagem a ele. Sua equipe já havia notado que pacientes com Parkinson frequentemente possuíam células T que reagiam a proteínas-chave como alfa-sinucleína e PINK1. >
Idosos
Um estudo recente, coautorado por Emil Johansson, monitorou indivíduos com alto risco para Parkinson, incluindo aqueles com fatores genéticos ou sinais iniciais na fase "prodrômica", como sono interrompido e perda de olfato. A equipe utilizou uma técnica avançada, o Fluorospot, para analisar amostras de sangue e identificar a secreção de proteínas.>
Os resultados foram surpreendentes: a reatividade das células T à alfa-sinucleína e ao PINK1 estava em seus níveis mais altos bem antes do diagnóstico oficial. De fato, essa reatividade atingiu o pico durante o estágio prodrômico, muito antes dos sintomas motores se tornarem visíveis. Conforme Sette afirma, "É possível observar a reatividade das células T antes mesmo do diagnóstico".>
Essa descoberta tem implicações significativas para o futuro do tratamento da doença. Sette enfatiza: "Essa imunidade das células T pode ser um marcador para o tratamento precoce do Parkinson, mesmo antes de as pessoas apresentarem sintomas". Há fortes razões para acreditar que tratar o Parkinson nos estágios iniciais pode levar a um resultado significativamente melhor.>
Portanto, a detecção precoce emerge como um objetivo fundamental para os pesquisadores. Embora as descobertas sejam convincentes, ainda não há prova de que as células T causem o Parkinson; resta saber se a resposta imunológica impulsiona a doença ou apenas reage a alterações cerebrais já em curso.>
Sette questiona: "Essa destruição causa autoimunidade — ou a autoimunidade é a causa da doença? Esse é o ponto crucial da inflamação na doença de Parkinson". A pesquisa continua, buscando inclusive um possível papel protetor de algumas células T>