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Estudo aponta que embalagens de vidro têm mais microplásticos do que as de... plásticos

Por que os microplásticos em recipientes de vidro surpreenderam os cientistas

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 06:00

Por que os microplásticos em recipientes de vidro surpreenderam os cientista
Por que os microplásticos em recipientes de vidro surpreenderam os cientista Crédito: Freepik

Bebidas em garrafas de vidro apresentam maior concentração de microplásticos do que aquelas vendidas em embalagens plásticas, segundo um estudo realizado por cientistas da Universidade Livre de Amsterdã.

A pesquisa analisou uma ampla variedade de produtos, desde águas engarrafadas até refrigerantes, e revelou que o vidro, apesar de sua reputação ecológica, pode não ser tão inofensivo quanto se imaginava.

Por que os microplásticos em recipientes de vidro surpreenderam os cientistas por Imagem gerada por IA

A descoberta levantou preocupações não apenas sobre o tipo de embalagem utilizada, mas também sobre os processos industriais envolvidos no envase.

O número expressivo de micropartículas encontradas nas bebidas sugere que o problema está mais disseminado do que se pensava anteriormente, exigindo uma revisão urgente dos padrões de segurança e controle de qualidade na indústria alimentícia.

Microplásticos mais comuns do que se imagina

O estudo identificou que mais de 600 partículas por litro estavam presentes em bebidas envasadas em garrafas de vidro, enquanto o número caiu para cerca de 100 partículas por litro nas embalagens plásticas. Os microplásticos mais encontrados foram o náilon e o polipropileno, ambos largamente usados em processos industriais.

A presença dessas partículas mesmo em bebidas tratadas e filtradas demonstra que o problema está enraizado nas cadeias de produção e distribuição. Não é suficiente apenas mudar o material da embalagem. É necessário revisar todo o sistema que envolve o preparo, envase, transporte e armazenamento de líquidos.

Reutilização do vidro e contaminação cruzada

Garrafas de vidro costumam ser reutilizadas várias vezes, principalmente em sistemas de logística reversa e economia circular. Embora essa prática seja sustentável sob o ponto de vista ambiental, ela também pode contribuir para o acúmulo de resíduos microscópicos que se soltam durante o uso repetido.

O processo de lavagem industrial, embora essencial, pode desgastar o interior dos frascos e liberar partículas invisíveis. A pesquisa alerta que mesmo fábricas com boas práticas de higiene podem acabar contribuindo involuntariamente para a presença de microplásticos nas bebidas, dependendo da tecnologia usada nas etapas de produção.

Efeitos no organismo ainda são incertos

Ainda não há consenso científico sobre os efeitos diretos da ingestão contínua de microplásticos, mas especialistas levantam preocupações sobre possíveis reações inflamatórias, toxicidade celular e até mesmo interferência no sistema endócrino. Estudos anteriores apontam que partículas muito pequenas podem atravessar barreiras biológicas e se acumular em órgãos.

Os pesquisadores envolvidos destacam que o risco está na exposição repetida e prolongada. Assim como ocorreu com outras substâncias prejudiciais no passado, como o chumbo e o amianto, é possível que os efeitos nocivos dos microplásticos só se tornem plenamente conhecidos com o tempo.

Caminhos para soluções mais seguras

Diante dos dados, os autores do estudo recomendam que tanto a indústria quanto os órgãos reguladores invistam em pesquisas mais aprofundadas sobre microplásticos e desenvolvam normas específicas para controlar sua presença em alimentos e bebidas. As embalagens consideradas “verdes” devem passar por avaliações técnicas rigorosas antes de serem rotuladas como seguras.

O consumidor também tem papel importante ao exigir mais transparência sobre o conteúdo dos produtos e ao apoiar empresas comprometidas com práticas realmente sustentáveis. Repensar hábitos de consumo e preferências de embalagem pode ser um passo decisivo rumo a um futuro menos contaminado por partículas invisíveis, porém preocupantes.