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Fernanda Varela
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 13:42
Uma história absurda aconteceu durante um velório em Tucumán, na Argentina. Um corpo estava sendo velado quando o suposto defunto chegou na cerimônia e avisou: 'estou vivo!". O episódio ocorreu após familiares reconhecerem o corpo com base em roupas e sem exames técnicos, desencadeando uma investigação formal sobre o erro.>
Jovem de 22 anos comparece ao 'próprio' enterro
O caso começou em 18 de setembro, quando um corpo foi encontrado em Alderetes, província de Tucumán, em circunstâncias inicialmente tratadas como atropelamento. O cadáver foi levado à Morgue Judicial identificado como as iniciais 'N.N.', mas uma mãe que procurava pelo filho desaparecido disse reconhecer o jovem pelas roupas e características físicas. A partir desse reconhecimento visual, sem exames de DNA ou impressões digitais, o corpo foi liberado para a família.>
O velório foi marcado para Villa Carmela, onde parentes e vizinhos se reuniram para a despedida. No entanto, a cerimônia tomou um rumo inesperado quando o próprio jovem, de 22 anos, entrou no local e declarou estar vivo. Testemunhas relataram correria, gritos e desmaios diante da cena inacreditável. Em depoimento posterior, o rapaz contou que havia passado dias em Alderetes consumindo drogas e não teve contato com a família, sem imaginar que estava sendo velado como morto.>
Após a confusão, autoridades recolheram o corpo que estava no caixão e reabriram a investigação para identificar corretamente a vítima. A Morgue Judicial informou que já localizou os verdadeiros familiares do falecido e deu início aos trâmites de restituição. O caso ganhou contornos ainda mais delicados quando uma segunda família denunciou ter sido levada a reconhecer outro corpo errado na morgue, desta vez de um jovem chamado Enrique Acosta, desaparecido na região.>
O Ministério Público da província, por meio do promotor Carlos Sale, classificou o caso como homicídio culposo e determinou apuração rigorosa das falhas institucionais. As investigações buscam esclarecer por que o corpo foi entregue sem perícia adequada e quem autorizou os reconhecimentos incorretos. O episódio expôs fragilidades no sistema forense e deixou marcas profundas nas famílias envolvidas, além de repercutir em toda a Argentina como símbolo da precariedade dos protocolos de identificação.>