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Fernanda Varela
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 13:49
O cantor, compositor e multi-instrumentista D’Angelo, pioneiro do neo-soul e dono de uma das vozes mais marcantes das últimas décadas, morreu nesta terça-feira (14), aos 51 anos, após uma longa batalha contra o câncer de pâncreas. A morte foi confirmada pela família em comunicado divulgado à Rolling Stone.>
D'Angelo
“Após uma longa e corajosa batalha contra o câncer, é com o coração partido que anunciamos que Michael D’Angelo Archer, conhecido por seus fãs em todo o mundo como D’Angelo, foi chamado para casa, partindo desta vida hoje, 14 de outubro de 2025”, diz a nota. “Somos eternamente gratos pelo legado de uma música extraordinariamente comovente que ele deixou. Pedimos que respeitem nossa privacidade, mas convidamos todos a celebrarem o dom do canto que ele compartilhou com o mundo.”>
Nascido em Richmond, no estado americano da Virgínia, D’Angelo começou a carreira escrevendo músicas para outros artistas, até conquistar o próprio espaço com o álbum Brown Sugar (1995), que redefiniu o R&B dos anos 1990. Parte do lendário coletivo Soulquarians, ao lado de Questlove, Erykah Badu, J Dilla e Q-Tip, D’Angelo foi um dos responsáveis por unir soul, jazz, funk e hip-hop em uma sonoridade única e atemporal.>
O sucesso seguiu com Voodoo (2000), considerado uma obra-prima do gênero, e Black Messiah (2014), lançado após um hiato de 14 anos e aclamado por sua força política e espiritual. Todos os três discos chegaram ao Top 10 da Billboard 200, com Voodoo alcançando o primeiro lugar.>
Seu maior hit comercial foi “Lady”, mas a faixa “Untitled (How Does It Feel)", e seu clipe icônico, filmado em plano-sequência com o cantor nu diante da câmera, marcou a cultura pop e consolidou sua imagem como um dos artistas mais magnéticos de sua geração.>
Artistas de várias gerações prestaram homenagens nas redes sociais. DJ Premier escreveu no X (antigo Twitter): “Uma perda muito triste com a partida de D’Angelo. Tivemos tantos bons momentos. Vou sentir muita falta de você. Durma em paz, D’. Amo você, rei.”>
Ao longo da carreira, D’Angelo foi indicado a 14 prêmios Grammy e venceu quatro, incluindo Melhor Álbum de R&B por Voodoo e Black Messiah, além de Melhor Performance Vocal de R&B por “Untitled (How Does It Feel)” e Melhor Canção de R&B por “Really Love”.>
Com sua mistura inconfundível de sensualidade, espiritualidade e genialidade musical, D’Angelo deixa um legado que transcende o soul e o R&B. Sua obra segue viva como um farol para novas gerações de artistas e ouvintes que buscam emoção verdadeira na música.>