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Prefeito de Criciúma se disfarça de mendigo, dorme na rua e é ignorado pela própria família: 'Senti na pele'

Vaguinho Espíndola decidiu viver experiência para avaliar como estava sendo o tratamento oferecido por sua equipe

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 25 de agosto de 2025 às 16:06

Vaguinho Espíndola
Vaguinho Espíndola Crédito: Divulgação

O prefeito de Criciúma, Vaguinho Espíndola (PSD), viveu por um dia a experiência de estar em situação de rua. Disfarçado com barba e peruca postiças, roupas rasgadas e maquiagem, ele circulou pelas ruas da cidade no último dia (10) e não foi reconhecido nem pela própria família.

Vaguinho Espíndola por Divulgação

Durante cerca de 20 horas, Espíndola recebeu moedas em um semáforo que somaram quase R$ 6, além de alimentos e café oferecidos por moradores. Ele contou que um dos momentos mais marcantes ocorreu quando sua esposa e os dois filhos passaram por ele sem perceber quem era. “Foi quando senti a sensação terrível de ser invisível”, disse ao Estadão.

Acompanhado à distância por um fotógrafo da prefeitura, o prefeito percorreu pontos de concentração de moradores de rua, como a região do Pinheirinho, onde há presença de tráfico de drogas. Dormiu sob a marquise de uma igreja, até ser abordado pela equipe de assistência social do município, que acabou reconhecendo-o.

Segundo ele, a experiência revelou que, embora nem todos cheguem às ruas por causa das drogas, o vício é o principal obstáculo para a saída delas. “Posso afirmar que a droga não é o motivo principal para a pessoa ir para a rua, mas é 100% o motivo para elas não saírem da rua.”

A prefeitura mantém serviços como casa de passagem, onde os moradores recebem alimentação, banho, acolhimento e treinamento até conseguirem emprego. Espíndola afirma que, desde o início do ano, o número de pessoas em situação de rua caiu de 280 para 170.

Após a experiência, o prefeito anunciou que enviará à Câmara Municipal um projeto para permitir a internação involuntária de dependentes químicos em situação de rua. Segundo ele, 50 vagas em clínicas estão sendo credenciadas. “Não se trata apenas de tirar das ruas, mas dar tratamento, trabalho e esperança.”

Ele destacou ainda que muitos dos moradores não são da cidade, o que motivou a criação de um observatório municipal para acompanhar os deslocamentos desse público. Também disse que o município triplicou o número de internações voluntárias, chegando a 150 vagas, e ampliou a equipe de assistentes sociais e psicólogos para fortalecer os vínculos familiares.