Preso em cela individual e sem visitas: veja como está Roger Abdelmassih hoje, que tem 82 anos e segue preso em Tremembé

O ex-médico Roger Abdelmassih, de 82 anos, condenado por estuprar dezenas de pacientes em sua clínica de reprodução assistida, continua preso na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. Mesmo com problemas de saúde e sucessivos pedidos de prisão domiciliar, ele segue em regime fechado, segundo decisões recentes da Justiça paulista.

Abdelmassih cumpre pena de 181 anos de prisão por 48 estupros cometidos contra 37 mulheres entre 1995 e 2008. Os crimes vieram à tona após denúncias de pacientes que relataram ter sido abusadas enquanto estavam sob efeito de sedativos durante procedimentos médicos.

Em julho de 2024, a defesa do ex-médico apresentou laudos que apontavam um quadro de miocardiopatia dilatada, disfunção ventricular esquerda e hipertensão pulmonar, alegando que ele não teria condições de permanecer em ambiente prisional. A juíza responsável pelo caso negou o pedido, argumentando que a penitenciária tem estrutura adequada para o acompanhamento clínico e que Abdelmassih recebe tratamento médico regular dentro da unidade.

O ex-médico está preso desde 2014, quando foi capturado no Paraguai após passar anos foragido. Ele havia fugido do Brasil em 2011, pouco antes de sua primeira condenação, e foi localizado em Assunção por meio de uma operação da Polícia Federal e da Interpol.

Antes da prisão, Roger Abdelmassih era um dos especialistas em fertilização mais conhecidos do país e atendia pacientes de alto poder aquisitivo. Sua clínica em São Paulo chegou a ser referência no setor, mas foi fechada após as denúncias de abuso sexual e irregularidades éticas.

Atualmente, Abdelmassih cumpre pena em uma cela individual no setor médico da penitenciária de Tremembé, a mesma unidade que já recebeu presos famosos como Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos e Elize Matsunaga. O ex-médico raramente recebe visitas e, segundo fontes do sistema prisional, mantém um comportamento isolado.

A expectativa de liberdade condicional é considerada remota. Segundo o Ministério Público de São Paulo, com base nas projeções de pena e no histórico de progressão, Abdelmassih só poderia pleitear o benefício a partir de 2047, quando teria 104 anos.

O caso voltou a ganhar destaque recentemente por causa da série “Tremembé”, do Prime Video, que retrata a rotina de presos de casos emblemáticos, entre eles o do ex-médico.