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Heider Sacramento
Publicado em 15 de abril de 2025 às 08:21
Mais de um século depois da tragédia, o Titanic continua a despertar fascínio. Em 1912, o transatlântico afundou após colidir com um iceberg, matando mais de 1.500 pessoas. A história real inspirou o diretor James Cameron a criar o épico Titanic (1997), vencedor de 11 Oscars e uma das maiores bilheterias da história do cinema. Mas o que é fato e o que é ficção no longa? >
Para contar a história, Cameron criou um romance fictício entre Jack e Rose, interpretados por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. “Usei o amor entre eles como uma lente para explorar a tragédia real”, explicou o diretor, que já realizou 33 expedições aos destroços do Titanic.>
Entre os elementos reais retratados no filme está a imagem de um menino brincando de pião no convés. A cena foi inspirada em uma fotografia tirada por um passageiro, cujo filho de 6 anos se divertia no navio antes do pai desembarcar em uma parada anterior ao desastre.>
Outro detalhe fiel é a ambientação do naufrágio às 2h20 da madrugada, horário exato em que o navio afundou. Até o famoso carro onde acontece a cena de amor entre os protagonistas tem base real: trata-se de uma réplica do Renault Type CB Coupe de Ville, o único automóvel a bordo do Titanic — pertencente ao milionário William Carter, que sobreviveu ao naufrágio.>
Por outro lado, algumas partes do roteiro foram questionadas. A representação do primeiro oficial William Murdoch como alguém que teria atirado em passageiros e se suicidado causou controvérsia. A família do oficial afirmou que ele agiu com heroísmo e que a dramatização foi injusta. O próprio Cameron já reconheceu o excesso: “Me empolguei com a narrativa e não considerei o impacto que isso teria sobre os familiares”.>
Já a personagem Molly Brown, que ajuda a salvar passageiros e insiste para que o bote volte a buscar sobreviventes, é baseada fielmente em Margaret Brown, socialite americana que viveu exatamente esse papel na vida real.>
Outra cena com base histórica é a do casal idoso abraçado na cama enquanto o navio se enche de água. Eles são inspirados em Isidor e Ida Straus, donos da rede Macy’s, que recusaram o resgate para permanecerem juntos até o fim. Curiosamente, a esposa do piloto do submarino da OceanGate — que desapareceu em uma recente expedição ao Titanic — é descendente direta do casal.>
A trilha sonora também faz homenagem aos heróis do naufrágio: os músicos da orquestra que tocaram até os momentos finais. A canção “Nearer, My God, to Thee” foi escolhida por Cameron como a última música tocada, baseada em relatos da época, embora sua veracidade nunca tenha sido confirmada.>