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Fernanda Varela
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 20:30
A icônica pergunta voltou a dominar as redes: quem matou Odete Roitman? A morte da vilã interpretada por Débora Bloch em Vale Tudo reacendeu o mistério que marcou gerações, e agora até a perícia entrou em cena. O perito criminal Eduardo Llanos, com mais de 30 anos de experiência e à frente da Sewell Criminalística, revisitou as imagens da novela e aplicou técnicas reais de investigação para tentar decifrar o crime mais famoso da teledramaturgia brasileira.>
Morte de Odete Roitman em 'Vale Tudo'
A partir da análise da trajetória balística, da empunhadura da arma e da posição do corpo, Llanos afirma que o disparo partiu de alguém de baixa estatura ou que estava sentado no momento do crime. “Arrisco a dizer que foi alguém sentado em uma cadeira, ou mesmo em uma cadeira de rodas”, disse ele ao Splash UOL. Neste caso, o crime só poderia ser cometido por Leonardo (Guilherme Magon). Só que ele não aparece nas filmagens do hotel.>
A posição da arma e o ângulo do tiro, segundo ele, reforçam a possibilidade de que o disparo tenha partido de alguém nessa condição.
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Entre os cinco nomes listados pela autora Manuela Dias, a personagem Maria de Fátima (Bella Campos) também aparece entre as principais suspeitas. A análise do perito mostra que a altura da empresária, 1,64 m, é muito próxima à da jovem, 1,62 m, o que torna crível uma execução de frente e sem diferença significativa de ângulo. Sendo assim, se o assassino estiver mesmo entre os suspeitos, só Fátima poderia ser a autora do crime.>
Já personagens mais altos, como Marco Aurélio (Alexandre Nero), César (Cauã Reymond) e Celina (Malu Galli), estariam menos alinhados à cena, segundo o especialista. “A empunhadura mostrada é perfeita e reta, sem disparo de baixo para cima, o que seria improvável para pessoas mais altas”, explicou.>
Marco Aurélio e César têm 1,80 m e 1,82 m, respectivamente; Celina tem 1,73 m e Heleninha chega a 1,70 m. >
Durante a simulação, Llanos também identificou falhas graves na sequência da novela. Segundo ele, nenhum personagem tentou evitar deixar impressões digitais no local, o que, em uma investigação real, poderia levar à acusação de inocentes. Outra inconsistência seria a ausência de registros de horário nas câmeras de segurança do Copacabana Palace, o que dificultaria a reconstrução cronológica do crime.>
Apesar das análises, o perito não descarta uma reviravolta. Ele considera possível que a própria Odete tenha simulado a própria morte para fugir de ameaças. “Ela poderia ter subornado autoridades e desaparecido. É o que eu faria”, sugeriu, destacando que o ferimento mostrado não parece fatal.>
O público vai descobrir a verdade no último capítulo, que vai ao ar nesta sexta-feira (17). Até lá, o mistério da morte de Odete Roitman continua a instigar o país, e agora, até os peritos entram no jogo.>