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'Meu arrocha ganhou o mundo', diz Silvanno Salles sobre carreira internacional

O músico, que gravou seu novo projeto em São Paulo, fala sobre sua maratona para o São João

  • Foto do(a) author(a) Monique Lobo
  • Monique Lobo

Publicado em 25 de maio de 2025 às 09:00

Silvanno Salles
Silvanno Salles Crédito: Divulgação

O arrocha nasceu na Região Metropolitana de Salvador e é de lá, também, que veio um dos seus maiores expoentes: o cantor Silvanno Salles. Natural de Simões Filho, a cerca de 28 km da capital, o músico viu a carreira deslanchar junto com a ascensão do gênero musical genuinamente baiano, no início dos anos 2000.

Dos shows em bares de seresta na Bahia aos palcos de casas de eventos na Europa, foram mais de vinte anos de estrada. Apesar de longo, ainda faltava um sonho a ser realizado nesse caminho: gravar um projeto audiovisual na maior cidade do Brasil. No sábado (24), a lista ficou completa. Gravou o projeto intitulado "Silvanno Salles in São Paulo" dentro do Centro de Tradições Nordestinas (CTN) para uma plateia de cerca de 10 mil pessoas que esgotou os ingressos dias antes.

Ficou conhecido como "O Cantor Apaixonado", mas sua fama foi ainda maior como o "Rei das regravações". Há quem diga por aí que uma música só pode ser considerada sucesso se ganha uma versão do baiano. E ele garante que já teve artista pedindo essa força. Depois de finalizar a turnê nas cidades paulistas, se prepara para começar a maratona do São João. A agenda de shows ainda está a aberta e a previsão é de que chegue a 40 durante os festejos.

Nesta entrevista, além de abordar o novo projeto, Silvanno também fala sobre o arrocha, as comparações com o cantor Pablo e antecipa alguns lugares por onde vai passar no São João. Ele também conta sua relação com a festa tradicionalmente nordestina e lembra de histórias da infância neste período junino, vivido no sítio da avó, em Simões Filho.

CORREIO - Por que escolheu a capital paulista para gravar esse projeto audiovisual?

Silvanno Salles - É a realização de um sonho. Eu sempre tive uma vontade, um sonho de gravar algo aqui em São Paulo, um audiovisual, um DVD, e agora estou tendo a oportunidade. Gravei um dos meus primeiros clipes em São Paulo, o clipe da música "Águas de Chuva", que gravei em 2022. Teve uma repercussão muito boa e também uma visibilidade muito boa no YouTube. Em seguida, gravei outro clipe da mesma música em Salvador, na Baía de Todos os Santos, e ela pipocou ainda mais.

E o que me deixa mais feliz é poder gravar em uma das melhores casas de show aqui de São Paulo, que é o Centro de Tradições Nordestinas, com ingressos esgotados e lotação máxima.

Mas, São Paulo tem público que consome arrocha?

Demais, demais... Eles gostam, eles acompanham, a música toca no rádio. Até porque, aqui em São Paulo, tem muito nordestino, muito baiano, muito sergipano, muito alagoano, pernambucano, paraibano, muito maranhense, piauiense, cearense, potiguar.

E não é só o povo nordestino, aqui você encontra pessoas de todos os lugares, de vários estados do Brasil e pessoas de vários países do mundo.

O arrocha que se espalhou pelo Brasil, nasceu na Bahia com você, Nara Costa, Lairton e seus Teclados, Márcio Moreno, Asas Livres - de onde saiu o cantor Pablo - entre outros nomes. E, nos últimos anos, foi uma referência para os sertanejos que popularizaram a "sofrência". Como você vê essa influência do arrocha no sertanejo?

O sertanejo não deixa de ser uma música romântica. Mas, esse sertanejo universitário sim, um pouquinho, o arrocha. Digamos que um arrocha mais lento. O meu arrocha, por exemplo, é um arrocha dançante. E foi bom terem colocado o arrocha no sertanejo, porque engrandeceu o ritmo, o estilo do arrocha.

Mas, como todos sabem, o arrocha nasceu na Bahia. Surgiu em cidades metropolitanas como Simões Filho, de onde eu sou, Candeias, Camaçari, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Feira de Santana. O arrocha é baiano e é sucesso no mundo todo.

Silvanno Salles
Silvanno Salles Crédito: Divulgação

Assim como o gênero rompeu fronteiras, você fez o mesmo em sua carreira. Está satisfeito?

Eu não tenho o que reclamar do arrocha. Hoje eu posso afirmar que o meu arrocha ganhou o mundo. Em 2024 fiz duas turnês na Europa com oito shows. Passamos por Paris, na França, Milão e Turim, na Itália, Zurique, na Suíça, Dublin, na Irlanda, Porto, Lisboa e Algarve, em Portugal.

No mesmo ano, fiz a primeira turnê nos Estados Unidos. Fizemos Filadélfia, Danbury e Boston. Então hoje, graças a Deus, o meu arrocha é do mundo.

Da turma que deu o ponta pé inicial ao gênero musical, você é um dos maiores expoentes, ao lado de Pablo. Talvez por isso, já fizeram muitas comparações entre os dois. Como você lida com isso e qual a sua relação com Pablo?

A minha relação com o Pablo é normal. Quando a gente se encontra nas estradas da vida, é uma amizade tranquila. Nunca teve nada. Eu tenho um respeito muito grande pelo trabalho dele e acredito que ele tem também um respeito grande pelo meu trabalho.

O meu estilo é mais pra frente, Pablo já faz um arrocha mais lento. Mas, tem espaço pra todos os cantores de arrocha trabalhar.

Até porque não existem só eu e Pablo. Ou só Pablo e o Tayrone. Existem vários cantores de arrocha: Unha Pintada, Nadson O Ferinha, Kevin Jonnny, Asas Livres, Heitor Costa, Devinho Novaes. Atualmente, tem o Natanzinho Lima. Então, tem espaço pra todo mundo.

Você ficou conhecido como o "Rei das regravações" por conta do sucesso que suas versões conquistaram. Quando você decidiu transformar outros hits em arrocha e quando percebeu que estava caindo na graça do público?

Quando os fãs abraçaram minha interpretação. Mas, eu sempre fiz. De ouvir a música e resolver botar no meu estilo. E tem dado certo.

E já teve artista pedindo pra você fazer uma versão de uma música dele?

Já aconteceu de falarem assim: "Silvanno, lançamos aqui tal música, vê se não fica boa um arrocha aí". E eu botar e funcionar.

Estamos há um mês do São João que é uma festa tão importante para os músicos nordestinos. Quando você começa a se preparar para essa maratona?

Na verdade, já estou em clima de São João. Porque termino essa turnê em São Paulo, na segunda (25). Foram quase 20 shows. E depois já volto pra Bahia. Começo em Itaguaçu, dia 30, Feira de Santana e Santo Estêvão, dia 31.

No mês junino, já tenho confirmado Poções, dia 3, Campo Formoso, dia 12, Itatim, dia 13, Jaborandi, dia 14, Lagoa Grande, dia 15. Vou pra Pernambuco dia 17, para Sergipe dia 20. Ainda tem Itapetinga, Ubaitaba e Uruçuca, dia 21, Elísio Medrado e São Gonçalo dos Campos, dia 22, Riachão do Jacuípe e Maragogipe, dia 23, Conceição do Jacuípe, dia 24, Itaité, dia 25. Dia 26, provavelmente, em Valença. Dia 28, Pintadas e Humildes. Dia 29, Santiago do Iguape, em Cachoeira.

Então, está uma correria. Acho que esse ano devo fechar a mesma quantidade de shows do ano passado, quando fizemos 40 nesse período junino.

E como é a sua relação com o São João? É uma festa que você curtia antes de cantar?

Sempre gostei de São João. Quando eu era criança, minha avó fazia todo ano a fogueira de São João. Eu morava em Cotegipe, um bairro de Simões Filho, e morava em sítio. A gente plantava o próprio milho e amendoim, fazia a colheita no dia de São João para fazer nossa festa junina. É uma festa que eu gosto desde muito novo.