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Portal Edicase
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 05:00
Comprar um imóvel é um dos passos mais importantes na vida de qualquer pessoa, por isso, tomar a decisão com segurança é essencial. No entanto, movidos pela empolgação do momento, muitos compradores acabam negligenciando critérios fundamentais, que podem afetar diretamente o conforto e a rotina ao longo dos anos. Para evitar surpresas desagradáveis, é preciso analisar cada detalhe com atenção. >
Saiba o que analisar antes de comprar um imóvel
Sabendo disso, a seguir, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, à frente do escritório Dantas & Passos Arquitetura, destacam o que não pode faltar no checklist. Confira! >
Antes de agendar visitas, entrar em contato com corretores ou pesquisar sites de venda, é preciso parar e refletir: o que eu realmente estou procurando em um imóvel? Para Paula Passos, essa pergunta simples é o que começa a guiar o processo de compra , mas precisa ser coerente com o estilo de vida dos moradores, as necessidades atuais e os planos futuros. >
“Pode ser a casa dos sonhos, mas se não está preparada para mudanças e adversidades, a promessa vira problema. Por isso, fazer uma autoanálise para saber exatamente o que se espera do imóvel ajuda a filtrar melhor as opções e economiza tempo”, conta. >
Então, para esse momento inicial, vale considerar questões básicas como quantas pessoas vão morar no imóvel, qual a expectativa de permanência no local, se haverá necessidade de crescimento da família, home office, acessibilidade e outros usos específicos, como: >
A arquiteta reforça que levantar essas informações logo no início facilita a tomada da decisão. >
A questão do local também é de extrema importância. Hoje em dia, estar próximo a transporte público, escolas, hospitais, farmácias, mercados e serviços do dia a dia pode significar mais qualidade de vida. Por exemplo, para famílias com crianças e pets, a proximidade com parques, praças e áreas arborizadas é essencial para garantir benefícios físicos e mentais dos pequenos. “Muitas vezes, morar em um bairro com boa mobilidade compensa mais do que um apartamento maior e mais barato em uma região distante”, destacaDanielle Dantas. >
Além disso, vale observar se há construções e reformas que podem gerar ruídos excessivos, assim como avenidas movimentadas, poluição e até bares noturnos nas imediações que podem se transformar em pontos negativos. Por isso, a profissional recomenda visitar o imóvel em diferentes horários para obter uma visão mais realista. >
Hoje em dia, os condomínios são os locais mais visados por suas comodidades. Seja em apartamentos ou casas, esses empreendimentos costumam oferecer academias, piscinas, playgrounds e áreas de lazer, que agregam o custo mensal. “É importante verificar se a taxa de condomínio cabe no orçamento e se os serviços oferecidos realmente serão utilizados pela família”, ressalta Danielle Dantas. >
Para a vizinhança de porta, as arquitetas recomendam se adiantar e conhecer o perfil dos vizinhos , além de compreender as regras do lugar. “Uma simples conversa com condôminos e a leitura das atas de assembleias podem revelar informações valiosas, seja para o sim ou para o não”, destaca a dupla. >
Quanto à burocracia, o número de matrícula do imóvel permite checar o histórico da propriedade em cartório, além de confirmar a existência de pendências financeiras ou jurídicas. Consultar a prefeitura também evita surpresas com débitos de IPTU e taxas em aberto. É bom estar preparado para lidar com papeladas e contratar um profissional que ajude com todo o processo. >
Nesse caso, nem todos os imóveis permitem a integração de ambientes ou a remoção de paredes. Por isso, verificar se o imóvel aguenta reformas evita dores de cabeça antes da compra. “Muitos clientes se encantam com a ideia de transformar o layout , mas nem sempre a estrutura do prédio permite mudanças”, explica Paula Passos. >
Também é necessário entender que prédios novos podem ter taxas de condomínio menores no início, mas com o tempo os gastos aumentam à medida que a estrutura envelhece. Já nos edifícios mais antigos, os custos de reparos e manutenção muitas vezes já estão presentes desde a aquisição. >
Escolher um imóvel com uma boa entrada de luz natural influencia bastante o bem-estar e a economia de energia, já que ambientes bem iluminados tendem a transmitir sensação de amplitude, reduzem a necessidade de luz artificial durante o dia e ajudam a criar um clima agradável e acolhedor. >
Por isso, ao visitar um imóvel, Paula Passos e Danielle Dantas observam com atenção a posição das janelas , a incidência do sol ao longo do dia e possíveis obstruções externas, como prédios vizinhos ou muros altos. Junto da eliminação, uma boa ventilação natural garante a circulação do ar e evita problemas como mofo, cheiro de umidade e sensação de abafamento. >
“Vale lembrar que em regiões mais frias, por exemplo, ter janelas voltadas para o norte pode aumentar o aproveitamento do calor do sol, enquanto em locais muito quentes, essa mesma posição pode exigir soluções de sombreamento, como brises, cortinas ou películas”, pontuam. >
Além disso, em casas, é possível potencializar tanto a iluminação quanto a ventilação com recursos como claraboias, sheds , portas de correr e janelas posicionadas em pontos estratégicos. Já em apartamentos, vale analisar se há janelas em mais de uma parede para permitir ventilação cruzada, que é muito eficiente para renovar o ar. Esses fatores, muitas vezes negligenciados na primeira visita, podem fazer toda a diferença no conforto e na qualidade de vida no dia a dia. >
Uma das principais dúvidas é se vale mais a pena investir em algo novo ou usado, mas a resposta não é única, as arquitetas explicam que tudo depende das expectativas, do orçamento e da disposição para lidar com possíveis reformas ou ajustes. >
Os imóveis novos, sejam eles apartamentos em prédios recém-construídos ou casas entregues há pouco tempo, oferecem a vantagem de estarem prontos para uso, muitas vezes com acabamentos ultra modernos e plantas adaptadas ao estilo de vida atual. Por outro lado, o custo tende a ser mais elevado, e em alguns casos, especialmente em prédios, os ambientes podem ter metragens menores do que as encontradas em imóveis antigos. >
Já os imóveis antigos podem oferecer vantagens importantes, como preços mais competitivos, espaços internos mais amplos e localização privilegiada. No entanto, eles podem exigir reformas estruturais, atualizações em instalações e adaptações para atender ao padrão de conforto e segurança desejado. É fundamental avaliar o estado de conservação da estrutura e considerar o custo dessas melhorias no orçamento total. >
“Um apartamento novo pode não ter o tamanho ideal, mas permite intervenções rápidas para personalização. Já uma casa usada, apesar de demandar mais reforma em hidráulica e elétrica, pode oferecer liberdade total de layout e espaços que dificilmente se encontram em imóveis recém-lançados”, finalizam Danielle Dantas e Paula Passos. >