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Em casa: Ivete Clareou tem oito convidados e seis horas de samba no pé em Salvador

'Comigo o alvará não vai até meia noite, tem que ser 24 horas', disse cantora, que apresentou projeto mais novo no Wet Salvador neste domingo (30); espetáculo teve Liniker e Márcio Victor entre as participações especiais

  • Foto do(a) author(a) Maria Raquel Brito
  • Maria Raquel Brito

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 05:00

Ivete Sangalo abre turnê 'Clareou' em Salvador com casa cheia e recebe apoio dos fãs após separação
Ivete Sangalo abre turnê 'Clareou' em Salvador com casa cheia Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Mais de seis horas de show, oito convidados e muito samba no pé. Esse foi o saldo do Ivete Clareou em Salvador, que aconteceu neste domingo (30) no Wet. A cantora subiu ao palco às 17h10 e ficou até às 23h30, cantando sucessos autorais e clássicos do samba e do pagode.

A conexão de Ivete Sangalo com o samba vem de berço. Quando a cantora está prestes a subir ao palco para começar Ivete Clareou, vem antes a voz de sua mãe, compartilhando com o público as histórias de quando uma Ivete criancinha cantava Clara Nunes pela casa - o que lhe rendeu o apelido de “Ivete Marechera”.

Ivete Sangalo abre turnê 'Clareou' em Salvador com casa cheia por Arisson Marinho/CORREIO

A cena, que já aconteceu em São Paulo, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, se repetiu em Salvador. Quando Ivete entra, com samba no pé e carisma para dar e vender, reforça o que seus fãs baianos já sabem: em casa, o encontro é especial. “Salvador, sua filha está em casa”, disse a cantora ao público, que vibrou em resposta.

Ivete Clareou é um tributo ao samba e a Clara Nunes, intérprete da primeira música que a cantora juazeirense aprendeu, ainda na infância. “Apesar de todas as dores, (o samba) é um segmento totalmente democrático, que agrega, que recebe, que canta as dores, canta amores e canta tudo das nossas vidas. E foi dentro da minha casa que eu aprendi isso, com os meus pais. Eu honro eles hoje gigantemente nesse palco, através dessa pop star do samba, dessa mulher excepcional. Eu fiz um post que disse ‘a força de uma mulher habita em outra’, e foi porque eu assisti Clara Nunes cantando que eu percebi a potência da voz, mas acima de tudo, o poder dessa mulher”, declarou no palco do Wet.

Milhares de admiradores se reuniram para sambar com ‘Mainha’ na capital baiana. Uma delas era a analista de sistemas Scarlett Rosa, de 29 anos, que saiu de São Paulo para assistir ao Ivete Clareou em Salvador. Fã de carteirinha, ela viu de perto três dos quatro shows da turnê, em São Paulo, no Rio e, agora, na capital baiana.

“Essa é a primeira vez que venho a Salvador e estou amando, que cidade maravilhosa. É tudo aquilo que ela diz mesmo”, disse. “Eu sou fã de Ivete desde os 11 anos. Desde que eu a vi subindo naquela moto no Maracanã em 2016, fiquei louca por aquela mulher. Onde ela vai eu vou.”

Show estrelado

Com o objetivo de conectar ainda mais a artista e o público, o espetáculo foi apresentado em palco 360°. Quem recebeu o público assim que os portões abriram, às 14h, foi a DJ Jude Paulla. Às 17h, o palco era todo dela: Veveta Marechera.

A apresentação começa com a inédita “Marechera”, lançada no projeto mais recente. Nas horas seguintes, a cantora passa por clássicos do samba e do pagode, como “Juízo final” e “Retalhos de cetim”, além de canções autorais - das inéditas às que já são queridinhas dos fãs, como “Flor do Reggae”, de 2004, e “Quando a chuva passar”, de 2005, em versão pagode.

Ao longo do show, porém, a anfitriã dividiu os holofotes com convidados mais que especiais. O primeiro foi Nelson Rufino, com quem cantou “Todo menino é um rei” e “Verdade”. Depois, Seu Jorge entrou e cantou com Ivete “Pensando em você” - que lançaram juntos em 2010 -, “Mina do Condomínio” e “Burguesinha”.

Às 19h, foi Liniker quem se juntou a ela, cantando “Baby 95”, “Caju” e “Febre” em arranjos especiais de samba. “Fico feliz de ver todas as coisas lindas que esse projeto vem trazendo para a sua vida”, disse a cantora paulista para Ivete.

Perto das 20h, o público vibrou quando Ivete chamou o nome de Péricles, que recebeu em outubro o Título de Cidadão Baiano da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). “Ele disse: ‘eu vou com você pra qualquer tanto, mas se eu puder escolher, eu escolho Salvador”, disse Ivete. Juntos, apresentaram “Por Inteiro” - parceria dos dois que integra as faixas do Ivete Clareou -, “A carta”, “40 Graus de Amor” - ambas do Exaltasamba -, “Supera” e “Até que durou”.

Logo depois veio Mumuzinho, a participação mais longa do show: juntos, cantaram mais de dez músicas, de “Curto Circuito”, lançada por Mumuzinho em 2012, a “Temporal”, música de 1997 do grupo Art Popular. Recém-separada do nutricionista Daniel Cady, Ivete aproveitou um momento ao lado do convidado para enviar um recado sobre os comentários na mídia. “Isso o Leo Dias não publica… Quer falar da vida pessoal da pessoa, mas não fala que é a maior cantora do Brasil”, disparou Mumuzinho. Ivete, por sua vez, complementou: “Deixa os caras meter o cacete lá, ganhar engajamento. Deixa cada um fazer o que sabe fazer, eu sei cantar. Eles sabem falar”.

Às 21h48, mais um convidado especial: Xanddy. A participação começou com “Vamo ou bora?”, parceria dos dois lançada em 2023, e continuou com “Comando”, “Tá Solteira, Mas Não Tá Sozinha” - outra parceria dos dois, essa de 2021 - e “Desafio”. Ivete aproveitou o momento para exaltar Camilly Victoria, filha de Xanddy e Carla Perez. “Eu tive Shawn mas eu tive ela”, diz, brincando com o fato da internet ter apelidado o cantor canadense Shawn Mendes de ‘filho mais velho de Ivete’. “Ela é uma cantora extraordinária. Vocês dois [Xanddy e Carla] são extraordinários, inspiram. Eu amo vocês”, declarou Ivete.

Pouco depois, uma outra participação surpreendeu o público. Márcio Victor, cujo nome estava entre os confirmados para o show, mas ficou indefinido depois do cantor sentir dores no peito e ser internado às pressas na última terça-feira (25), se juntou a Ivete no palco e cantou seis músicas com ela.

“Obrigado pela vida, obrigado pela força. Aquela mensagem no WhatsApp significou muito para mim”, disse o vocalista do Psirico à anfitriã da noite, que respondeu: “você é muito importante para a gente. Não me dê mais susto não, agora a gente vai cuidar de você”.

Perto do fim, mas com pique para outras seis horas, Ivete brincou com uma fala de Saulo sobre o alvará do show, que permitia que ela fosse até meia noite. “Não entendi o recado. Comigo o alvará não vai até meia noite, tem que ser 24 horas”, disse.

Em clima de despedida, a cantora chamou os últimos convidados: o grupo É o Tchan. Com eles, cantou “Paquerei”, “Dança do põe, põe” e “A dança do bumbum”. Se já passava das 23h, grande parte do público não demonstrava estar cansado. Às batidas das conhecidas músicas do É o Tchan, as coreografias apareciam instintivamente pelo Wet. Como previsto, o show foi finalizado às 23h30, após Ivete se despedir com “Energia de gostosa” e “Macetando”.