Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Adolescente pode fazer musculação? Ciência explica o que é mito e o que é verdade

Estudos da American Academy of Pediatrics (AAP) mostram que adolescentes que treinam força podem ter 10% a 20% mais densidade óssea que os sedentários

  • Foto do(a) author(a) Alan Pinheiro
  • Alan Pinheiro

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 16:42

O treino de força adequado não interfere no desenvolvimento dos adolescentes (Imagem: MDV Edwards | Shutterstock)
O treino de força adequado não interfere no desenvolvimento dos adolescentes Crédito: Shutterstock

Apesar de ainda causar receio em muitas famílias, a musculação na adolescência é considerada segura – e recomendada – por entidades médicas. Estudos da American Academy of Pediatrics (AAP) mostram que adolescentes que treinam força podem ter 10% a 20% mais densidade óssea que os sedentários. Já a Harvard Medical School (2020) registrou redução de até 10% de gordura corporal e ganho de cerca de 2,5 kg de massa magra em seis meses de prática.

Apesar do consenso crescente entre profissionais de saúde, alguns mitos persistem. Um deles, ainda bastante compartilhado, é o de que a musculação atrapalha no crescimento. Para o treinador da Smart Fit Lucas Florêncio, essa crença é resultado de uma má interpretação histórica de casos específicos de lesões ocorridas em modalidades de levantamento de peso competitivo extremo.

O cardio após a musculação é recomendado para quem deseja ganhar massa muscular (Imagem: Friends Stock | Shutterstock) por Imagem: Friends Stock | Shutterstock

“O medo surgiu da observação de lesões em contextos de esforço máximo e técnica inadequada. Isso acabou sendo generalizado para a musculação como um todo, o que não faz sentido”, afirma. Ele explica que as placas de crescimento, estruturas cartilaginosas responsáveis pelo crescimento ósseo, são vulneráveis a impactos descontrolados, mas não ao treinamento de força correto.

Pesquisas atuais mostram que o treinamento de força supervisionado não aumenta o risco de lesões nessas regiões quando comparado a esportes como futebol ou basquete. Ao contrário: o treino bem orientado melhora a densidade mineral óssea, protege articulações e reduz riscos de lesões no esporte. A seguir, saiba quais são os principais mitos e verdades sobre musculação na adolescência.

“Adolescente não pode malhar” - MITO

Essa é uma das interpretações mais distantes da realidade, diz Florêncio. “O treinamento de força oferece uma gama impressionante de benefícios físicos e mentais”, explica o treinador da Smart Fit. Entre eles estão aumento de força muscular, melhora da composição corporal, fortalecimento ósseo e redução de risco de lesões. Do ponto de vista emocional, estudos indicam melhorias na autoestima, concentração e sintomas de ansiedade.

“Musculação atrapalha o crescimento” - MITO

A ideia de que o treino interfere no desenvolvimento ósseo é amplamente rejeitada pela literatura científica. Segundo Florêncio, “o risco é negligenciável quando o treino é supervisionado e focado na técnica antes da carga”. Ele reforça que o estímulo mecânico da musculação é um dos fatores mais potentes para o aumento de densidade óssea justamente durante a adolescência, período de maior desenvolvimento esquelético.

“Existe idade certa para começar?” - PARCIALMENTE VERDADE

Não há uma idade única que sirva para todos. O que importa é o estágio de desenvolvimento. “O melhor critério é a maturidade física e cognitiva do jovem”, aponta Florêncio. Ele explica que crianças a partir de 7 anos já podem realizar treino de força com peso corporal e resistências leves. A musculação mais estruturada, com máquinas e pesos livres, é segura a partir do início da puberdade, quando o adolescente está apto a compreender instruções e executar movimentos com controle.

É possível variar o treino na esteira, deixando-o mais dinâmico  por Imagem: Friends Stock | Shutterstock

“O adolescente pode treinar como um adulto” - MITO

“Adolescentes não devem seguir rotinas idênticas às de adultos”, explica o treinador. A principal diferença está no foco inicial: técnica, coordenação e desenvolvimento neuromotor.

As diretrizes incluem cargas moderadas, 2 a 3 sessões por semana, em dias alternados,progressão gradual de complexidade e volume. Também é recomendado evitar testes de carga máxima no início.

“Eles até se recuperam rápido, mas ainda precisam de vigilância contra o excesso de treinamento, especialmente considerando a rotina escolar, esportes e crescimento”, diz Florêncio.

“Suplementos são necessários para ganhar massa” - PARCIALMENTE VERDADE

O uso de suplementos precisa ser criterioso. “A grande maioria dos adolescentes não precisa de suplemento algum”, afirma Florêncio. A prioridade deve ser uma dieta variada e adequada ao crescimento. Suplementos como whey protein ou creatina podem ser úteis em casos específicos, como jovens atletas de alta demanda ou adolescentes com dificuldade de atingir a ingestão proteica diária, sempre com orientação de nutricionistas e ciência dos responsáveis.

Achocolatado supera alguns suplementos por Shutterstock

Treinar com segurança: o que diz a ciência

A literatura é consistente ao apontar que, quando orientada por profissionais capacitados, a musculação não prejudica cartilagens de crescimento e ainda atua como fator protetor para as estruturas musculoesqueléticas. A supervisão profissional é considerada “crucial” por Florêncio, sobretudo para garantir execução correta, progressão adequada e prevenção de lesões.

Na Smart Fit, adolescentes de 14 a 18 anos poderão treinar gratuitamente no período das férias, em horários específicos, em unidades da rede de toda a América Latina, por meio do programa “Rolê na Smart”. O objetivo da ação é incentivar um estilo de vida saudável entre adolescentes, reforçando que cuidar da saúde desde cedo é inteligente, faz bem e pode ser divertido.