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Auditoria encontra indícios de desvio de uniformes e equipamentos da Nike no Corinthians

Vice André Negão é citado por liberar materiais sem controle

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 13:51

Camisa da Nike
Camisa da Nike Crédito: Reprodução

Uma auditoria interna revelou um grave descontrole na gestão dos materiais fornecidos pela Nike ao Corinthians, com retirada de itens muito acima da cota contratual e falhas que vão de notas fiscais não lançadas à falta de uniformes para categorias de base e outras modalidades.

Uma auditoria interna expôs um grave descontrole na gestão dos materiais fornecidos pela Nike ao Corinthians, com retiradas acima da cota contratual e irregularidades que incluem notas fiscais não lançadas, falta de inventário e distribuição desigual. O relatório mostra que, embora o clube tenha recebido um volume 297% maior do que o previsto - R$ 23,7 milhões em produtos entre 2024 e 2025 - diversas modalidades seguem sem uniformização adequada, incluindo categorias de base e esportes aquáticos. Em alguns casos, o Corinthians precisou comprar itens licenciados, gastando R$ 776 mil, para suprir demandas que deveriam ter sido atendidas pela fornecedora oficial.

A precariedade chega ao ponto de equipes da base utilizarem coleções antigas, enquanto o futsal opera com peças desgastadas. O documento cita ainda um episódio em que o clube precisou mudar o uniforme do time profissional contra o Fluminense por falta de camisas brancas no estoque. Paralelamente, a auditoria confirmou a existência de comércio clandestino de materiais oficiais, praticado por funcionários, um deles admitindo vender peças desviadas por R$ 150 a R$ 180.

O vice-presidente Armando Mendonça aparece como figura central em diversas inconformidades. Ele é apontado como principal destinatário de camisas solicitadas pela diretoria a título de “relacionamento”, requisitou para si 19 camisas especiais do clássico contra o Palmeiras - retirando oito delas sem formalização - e fez retiradas diretas na rouparia do CT sem registro ou autorização. Entre junho e outubro, retirou 131 itens, além de determinar a transferência de materiais sem documentação fiscal. O relatório ainda descreve conversas em que Mendonça adotou postura agressiva com o responsável pela auditoria, e uma reunião com a Nike na qual teria constrangido os presentes ao tentar conduzir o diálogo de forma unilateral.

Nas conclusões, o documento aponta falhas graves no armazenamento, na rastreabilidade e nos fluxos de aprovação, além de suspeitas de comercialização indevida. Mesmo com grande quantidade de materiais recebidos, várias modalidades seguem sem uniformização, o que evidencia gestão ineficiente. A auditoria apresentou 17 recomendações e enviou o relatório ao presidente Osmar Stabile, ao Conselho Deliberativo e à Polícia Civil, que já investiga o caso.

O Corinthians não comentou o caso. Armando Mendonça negou irregularidades, disse que não é responsável pela política de distribuição, afirmou que tenta melhorar o sistema herdado da gestão anterior e classificou o relatório como “tendencioso”. Ele também negou ter ameaçado ou interferido na auditoria: “É falsa a informação de que sou o responsável pelas diretrizes de distribuição (…) Nunca houve falta de respeito da minha parte”.

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Corinthians