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Carol Neves
Publicado em 2 de outubro de 2025 às 13:29
Rebeca Andrade já traça os caminhos para a vida fora das competições. Aos 26 anos, a campeã olímpica concilia a rotina intensa de treinos com a faculdade de psicologia, curso que pretende transformar em sua nova profissão assim que encerrar a carreira esportiva. A decisão veio do desejo de construir uma transição de forma planejada e também da identificação com a área.
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A ginasta explica que a psicologia sempre esteve presente em sua trajetória desde os 13 anos, quando iniciou acompanhamento terapêutico. Hoje, considera o apoio psicológico tão fundamental que pretende retribuir essa experiência como futura profissional. A inspiração veio da terapeuta Aline Wolff, que a acompanha há 13 anos, e também da mãe, que revelou ter o sonho de ser psicóloga. “Fazer uma faculdade nunca foi um plano B, é um plano A. Sempre tive na minha cabeça que a ginástica não era para sempre e eu gostaria de ter uma coisa depois”, afirmou ao Valor Econômico. >
Rebeca Andrade
Rebeca ressalta que amadureceu a forma de lidar com as pressões. “As expectativas das pessoas são as expectativas das pessoas. Hoje, chego numa competição feliz, leve. Estou lá para dar 110% de mim. Espero, sim, o melhor resultado, mas se eu não conseguir, meu mundo não vai acabar. Hoje, eu tenho essa compreensão.”>
O exemplo do ex-ginasta holandês Epke Zonderland, campeão olímpico e hoje médico, também serviu de referência. E Rebeca não está sozinha nesse caminho: entre suas companheiras de seleção, Lorrane Oliveira estuda educação física, Jade Barbosa já concluiu marketing e Flávia Saraiva segue no curso de publicidade. Todas fazem parte de um programa da Estácio que oferece bolsas integrais e flexibilidade de horários para atletas de alto rendimento.>
No último dia 18 de setembro, em Nova York, a brasileira participou de um painel do Pacto Global da ONU, onde defendeu a importância de os atletas investirem na educação e se prepararem para o futuro além do esporte. “Receber o meu diploma vai ser tão importante quanto ter uma medalha olímpica”, avalia.>