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Como uma antiga mina virou floresta: o projeto gigante da Tronox no Nordeste

Projeto já plantou mais de 2,2 milhões de mudas e promove a volta da fauna na antiga Mina do Guajú

  • Foto do(a) author(a) Estúdio Correio
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  • Estúdio Correio

  • Gabriela Araújo

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 06:30

Mina do Guajú Tronox
Reflorestamento executado pela Tronox na Mina do Guajú, na Paraíba Crédito: Divulgação

Mais de 2,2 milhões de mudas de espécies nativas já foram plantadas na região de Mataraca, no litoral norte da Paraíba, como parte do programa de reflorestamento da Tronox na área onde operava a Mina do Guajú. A ação envolve 501 espécies, como a Carnaúba, Aroeira, Imburana, Ipês, Perobas, vegetais e a reintrodução de fauna local, com 202 espécies de pássaros, mamíferos e répteis.

Estudos realizados em parceria com a Universidade de Lavras indicaram que uma área minerada leva entre 10 e 12 anos para atingir condições semelhantes às anteriores à exploração. De acordo com a Tronox, que é líder mundial verticalmente integrada na fabricação de pigmento de dióxido de titânio, com planta industrial no Brasil sediada em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, o reflorestamento soma, até o momento, 2.252.007 mudas distribuídas em 712,05 hectares, priorizando espécies da zona costeira do Nordeste. “O nosso protocolo prevê a introdução inicial de 40 espécies e o enriquecimento com mais 220 espécies de essências nativas, arbóreas, arbustivas e herbáceas”, afirmou Virgílio Gadelha, consultor da Tronox.

Antes do restabelecimento e reflorestamento executado pela Tronox na Mina do Guajú, na Paraíba por Divulgação

Ainda segundo ele, esses números foram alcançados em 37 anos de execução do Programa de Recuperação de Áreas da Mina do Guajú. “A previsão é de que este trabalho esteja concluído na final do ano de 2028, conforme cronograma estabelecido pelo Plano de Fechamento da Mina. O objetivo do programa não é de apenas introduzir uma cobertura vegetal e sim reestabelecer a função ecológica das áreas que foram antropizadas pela operação”, explicou.

Desafios e monitoramento da recuperação ambiental

O monitoramento das áreas é feito por imagens de satélite, drones, levantamentos florísticos e fitossociológicos, bem como testes de sobrevivência das espécies introduzidas na área. “Também foram feitos inventários de fauna e estudos de sucessão ecológicas como forma de acompanhar a evolução das áreas restauradas”, disse Virgílio.

A recuperação apresentou desafios, especialmente pela ausência de referências técnicas no início do processo. “Quando fomos buscar alternativas não encontramos nada na literatura técnica especializada disponível na época, então buscamos ajuda do Departamento de Ciências Florestais da Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL). Os primeiros protocolos de recuperação foram produzidos com o auxílio de pesquisadores da instituição. A partir deste documento a equipe da Mina do Guajú aprimorou as técnicas ao longo do tempo, as quais ainda estão em constante evolução”, detalhou ele.

A Mina do Guajú operou por 37 anos, produzindo ilmenita (minério de titânio que abastecia a planta baiana), além de zirconita, rutilo e cianita (minérios usados como matéria prima para as indústrias de cerâmicas, fundição de alta precisão e refratários).

Localizada na divisa entre Paraíba e Rio Grande do Norte, a mina adotou práticas sustentáveis em todo o seu período de operação, como energias renováveis, usando, por exemplo, bagaço de cana adquirido nas usinas próximas, ou energia eólica, gerada por 13 torres instaladas no terreno da mina em parceria com uma empresa que opera na região.

A Tronox também investiu R$ 3,1 milhões na doação de 1.771 placas fotovoltaicas, com capacidade de gerar 1.018,05 Kwp, o que deve proporcionar ao município uma economia mensal de quase R$ 200 mil.

Impacto social

Além do impacto ambiental, o projeto promove benefícios sociais. “Dentre muitas ações desenvolvidas junto à comunidade pela Mina do Guajú, o Programa de Produção de Mudas Nativas transferiu tecnologia e gerou renda para famílias da área de influência direta do empreendimento, que foram selecionadas e foram responsáveis pela produção de mais de 60% das mudas necessária para a restauração da área”, pontuou Virgílio.

Além disso, o Programa de Educação Ambiental da Mina recebeu mais de 10 mil visitantes ao longo do tempo de execução, contribuindo para a formação de uma consciência ecológica de estudantes do ensino fundamental e médio do município que abriga a operação.

Para Virgílio, os aprendizados do projeto podem inspirar outras iniciativas no país. “É possível contribuir para o desenvolvimento do país de uma forma economicamente viável, socialmente justa e ambientalmente adequada. A nossa operação é a evidência de que é possível conduzir uma atividade de mineração de forma sustentável”, acrescentou.

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