Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elaine Sanoli
Publicado em 11 de julho de 2025 às 17:32
Com quase 10% de sua população vivendo em Unidades de Conservação (UCs), a Bahia aparece em terceiro lugar no ranking dos estados brasileiros com maior percentual de moradores neste tipo de local. São 1.354.144 moradores de UCs, o que representa 1 a cada 10 moradores da Bahia. Desses, cerca de 39,1% possuem alguma precariedade em relação ao saneamento básico. Os dados são fruto do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, divulgados nesta sexta-feira (11).
>
Em 123 dos 417 municípios baianos, existiam pessoas morando em Unidades de Conservação, em 2022. Em termos absolutos, Salvador liderava esse ranking, com 177.380 pessoas (7ª maior população em UCs, dentre os municípios brasileiros), seguida por Luís Eduardo Magalhães (92.773) e Camaçari (70.809). Em três municípios baianos, 100% da população residia em áreas de UCs: Itaparica, Madre de Deus e Vera Cruz.>
Segundo o IBGE, 51,2% dos moradores das Unidades de Conservação na Bahia são mulheres, um total de pessoas 693.559 pessoas. Nessas áreas, 22,2% da população tem entre 0 e 14 anos. A proporção de idosos nas Unidades de Conservação é de 12,9%. >
Em relação à cor ou raça, nas Unidades de Conservação baianas, a maioria da população (56,8%) se autodeclarou parda e 26,1% se autodeclarou preta. >
Segundo o Censo 2022, 527.087 moradores das Unidades de Conservação da Bahia possuíam alguma precariedade em relação ao saneamento básico (abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo). O número representa 39,1% dos moradores de domicílios particulares dessas áreas.>
No estado, 471.954 moradores de UCs (35,0% do total) possuíam esgotamento sanitário inadequado, com fossa rudimentar, buraco, vala, córrego, mar ou outra forma, ou não tinham esgotamento devido à inexistência de banheiro ou sanitário.>
Já, 195.771 moradores dessas áreas na Bahia (14,5%) não tinham o seu lixo coletado, tendo ele queimado ou enterrado na propriedade, jogado em terreno baldio, encosta ou área pública, ou com outro destino. Os moradores das UCs baianas que não possuíam água canalizada até o domicílio proveniente de rede geral, poço, fonte, nascente ou mina, eram 123.866 (9,2%).>
Além disso, 71.201 pessoas nas Unidades de Conservação Bahia (5,3%) conviviam com precariedades em todos os três serviços de saneamento básico.>
Segundo o IBGE, as Unidades de Conservação são espaços territoriais com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivos de conservação, cuja administração é responsável pela garantia adequada de proteção dos seus recursos ambientais.>
Elas se dividem em: áreas de proteção integral, como estações ecológicas, reservas biológicas, parques, monumentos naturais e refúgios da vida silvestre; e áreas de uso sustentável, como Áreas de Proteção Ambiental (APA), áreas de relevante interesse ecológico, florestas, reservas extrativistas, reservas de fauna, reservas de desenvolvimento sustentável e reservas particulares do patrimônio natural. Aproximadamente 99,2% dos baianos residentes de UCs vivem em APAs. >
Em todo o estado, são 206 unidades, cerca de 8,7% do quantitativo geral do país, que é de 2.365 locais. >