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2 mil operários paralisam obras da BYD em Camaçari e denunciam más condições de trabalho

Funcionários prestam serviço para seis empresas terceirizadas

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 15:11

Trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho na BYD
Trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho na BYD Crédito: Isabella Tanajura/Divulgação

Cerca de 2 mil trabalhadores paralisaram as obras da BYD em Camaçari, na Região Metropolitana, pelo quarto dia seguido, nesta sexta-feira (5). Os funcionários prestam serviços para ao menos seis empresas terceirizadas para a construção da fábrica. Entre as reivindicações estão melhores condições de trabalho, como ampliação do refeitório, reforço no transporte de funcionários e aumento da quantidade de banheiros. 

As manifestações tiveram início na terça-feira (2), quando os trabalhadores da construção civil realizaram um protesto em frente à fábrica. O acesso à montadora foi parcialmente afetado, o que provocou congestionamento na BA-530, via que dá acesso ao Polo Industrial, como mostrou o CORREIO. Desde então, as obras da fábrica não foram retomadas. 

Operários reivindicam melhores condições de trabalho por Reprodução

De acordo com Aroldo Félix, que integra a coordenação nacional do Movimento Luta de Classes (MLC), os trabalhadores irão se reunir com representantes das empresas na próxima segunda-feira (8). Até lá, as atividades dos funcionários continuarão paralisadas. A reportagem entrou em contato com a BYD, que ainda não se manifestou sobre a mobilização dos operários terceirizados. 

"Esses trabalhadores estão há um ano na construção da estrutura da fábrica da BYD enfrentando condições degradantes de trabalho. São cerca de seis banheiros para 2 mil funcionários. Eles não têm um vestiário com chuveiros para tomar banho depois do trabalho e só consomem água quente nos bebedouros", afirma Aroldo Félix. 

A reportagem teve acesso a gravações feitas pelos próprios funcionários dos banheiros disponibilizados pelas empresas. São sanitários químicos, sem qualquer tipo de higiene, com acúmulo de fezes e moscas. Outro problema seria a distância do local de trabalho e o registro de ponto. Os funcionários precisam percorrer cerca de dois quilômetros para registrarem a intrajornada no equipamento. 

Os trabalhadores reivindicam ainda pagamento de adicional de 30% por insalubridade, auxílio alimentação e transporte, instalação de bebedouros, construção de banheiros e cumprimento do piso salarial, no valor de R$ 2.658. 

Esta não é a primeira vez que a BYD está inserida no contexto de denúncias de más condições de trabalho. Em maio deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com ação civil pública na Justiça do Trabalho contra a montadora e as empreiteiras China JinJiang Construction Brazil Ltda. e Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co., que prestavam serviços exclusivos para a BYD.

Em dezembro do ano passado, 220 trabalhadores chineses foram encontrados em situação análoga à escravidão e vítimas de tráfico internacional de pessoas. Eles foram contratados para construir a planta industrial da BYD no município de Camaçari. Em um dos alojamentos, foi identificado apenas um sanitário para uso de 31 pessoas, obrigando os trabalhadores a acordarem por volta das 4h da manhã para higiene pessoal, antes de iniciar a jornada de trabalho.