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Maysa Polcri
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 15:16
Após a influenciadora digital Maria Emília Barbosa denunciar ter sido vítima de abuso sexual cometido por um personal trainer, uma academia de Salvador publicou uma nota sobre o caso. No comunicado, a Hammer Fitness Club, que tem diversas unidades na capital baiana, afirma que tomou conhecimento das denúncias e que o profissional não trabalha nas dependências da academia desde 2022. >
A academia afirma que o personal trainer alvo das acusações, identificado como Maurício Brasil, nunca integrou o quadro fixo de funcionários, utilizando os espaços como instrutor particular. "A contratação desses profissionais é direta entre aluno e personal, sem gestão ou responsabilidade da academia", afirma. >
O contrato era como profissional autônomo e, segundo a Hammer, o denunciado não frequenta as instalações da academia há três anos. A academia diz ainda que não compactua com a violência. >
"Repudiamos qualquer forma de assédio e incentivamos que casos assim sejam denunciados imediatamente aos estabelecimentos e às autoridades competentes", finaliza o comunicado. >
A influenciadora digital e enfermeira Maria Emília Barbosa, que acumula mais de 460 mil seguidores no Instagram, usou as redes sociais na última terça-feira (25) para denunciar um abuso sexual cometido por um personal trainer em Salvador. Em um vídeo, ela contou que o homem fez movimentos em sua parte íntima durante uma consulta particular e colocou a mão dela no órgão genital dele. >
Veja depoimento de outras vítimas
“Ele lateralizou minha calcinha e fez movimentos na maca. Minha reação foi dar um tapa na mão dele e pedir que parasse. Ele parou, pegou minha mão, colocou no órgão genital dele e pressionou. Ainda disse: ‘Olha como fico com você’”, contou a influenciadora, emocionada.>
A reportagem do CORREIO entrou em contato com o suspeito e sua advogada, que informou que não iria se pronunciar. O caso é investigado pela Polícia Civil.
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A enfermeira contou que o caso ocorreu no início do ano e que processou o personal, mas só se pronunciou agora porque ontem foi o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Ela relembra que tudo começou quando foi treinar com uma amiga e pediu o contato de quem fez o treino para tentar uma parceria.>
Eles negociaram o projeto pelo WhatsApp e, na primeira consulta particular, o personal pediu para a enfermeira levar um biquíni e deitar na maca. “Eu fiquei desconfortável, mas achei que fazia parte. Ele disse que eu estava tensa e ia fazer liberação miofascial. Ainda na maca, chegava muito perto da minha parte íntima. Achei estranho, congelei na maca, mas não reclamei; não chegou a tocar [nas partes íntimas]”, disse.>
Depois disso, houve uma nova avaliação, 30 dias após a primeira consulta. Foi quando aconteceu o abuso. Maria contou que se vestiu rapidamente e saiu do local. “Eu me senti culpada por ter congelado, contei pras minhas amigas para saber as medidas cabíveis, e pessoas que consultei falaram que passaram pela mesma coisa. Apareceram outras vítimas”, revelou.>
“Meu pedido é que você que passou por isso e foi semelhante, denuncie. Sozinha eu não consigo”, pediu. Nos comentários, diversas mulheres deram apoio à enfermeira e outras vítimas também se manifestaram. Veja o vídeo completo abaixo:>