Alunos de escola municipal de Salvador participam de competição nacional de robótica

Festival Sesi de Educação será entre 28 de fevereiro e 02 de março

Quatro alunos de 10 e 11 anos do Centro Municipal De Educação Infantil Mario Altenfelder, no Lobato, em Salvador, vão competir no maior torneio de robótica educacional do país. O Festival Sesi de Educação será em Brasília entre os dias 28 de fevereiro e 02 de março. Os alunos prodígios são: Miriam, 10, Enzo, 10, Lucas, 11, e Diogo, 11, todos do Fundamental I.

Eles treinam duas vezes por semana, durante as férias, e praticam as missões dadas pela competição Fisrt Lego League (FLL), voltada para crianças de jovens de 06 a 15 anos. Às terças e quintas-feiras, o grupo se reúne na sala de leitura do Centro Municipal De Educação Infantil, onde aprimora os movimentos de um robô, que precisa cumprir tarefas, numa mesa de prática doada pelo SESI Bahia.

“Eles aprendem e praticam programação, mecânica do robô, realidade aumentada, além e desenvolverem a pesquisa científica que estrutura o projeto apresentado pela equipe”, explica o professor de Artes Visuais, Antônio Fernando Bulcão, que orienta o time.

A pesquisa, aliás, é um dos pontos fortes do grupo, que participou e foi premiado, em 2023, pelo programa da FLL Explore, em Curitiba, sendo os únicos representantes de uma escola pública do Nordeste na competição. O tema de estudo foi o Acervo da Laje, espaço de memória artística, cultural e de pesquisa sobre o Subúrbio Ferroviário de Salvador.

“Para o torneio, eles tiveram como base esta pesquisa e apresentaram uma proposta de projeto de um aplicativo de Realidade Aumentada, que tem como objetivo dar visibilidade às obras do Acervo”, explica o coordenador da Robótica Educacional do SESI Bahia, Fernando Didier.

A valorização da região onde vivem e da sua cultura é um dos fatores que contribuíram para o engajamento da turminha, acredita a diretora da escola, Graça Suely Soares. “Eles visitaram o Acervo, não imaginavam que aqui no Subúrbio tinha um museu, pois esta área da cidade está sempre sendo associada à pobreza, construção desordenada e outros aspectos negativos”, pontua.

Vitórias

Graça conta que a chegada da robótica movimentou toda a escola e a comunidade. “Eram muitos alunos querendo participar, mas tínhamos poucas vagas, então precisamos fazer uma seleção. Tem estudantes de outras escolas no bairro querendo que o projeto chegue para eles também”, revela.

Além disso, os próprios elementos que fazem parte da competição provocaram mudanças positivas entre os estudantes. Um dos aspectos observados no torneio são os chamados valores core values, os valores fundamentais que a equipe deve apresentar: colaboração, inclusão, acolhimento e respeito.

“Aprendi a trabalhar em equipe, a perceber que cada um tinha o seu valor e a opinião de cada um ajudava a avançar no projeto”, conta Diogo, 11. Já Enzo, 10, diz que fez novas amizades. “Era mais na minha, não gostava de futebol, era meio antissocial. Mas me encontrei na robótica”, afirma o garoto.

Dona de casa, Carla Rodrigues dos Santos, mãe de Lucas, 11, conta que ele era bastante tímido na escola. “Passou a se expressar mais, fez novos amigos, tem mais vontade de vir para o colégio”, disse.

“Esses meninos deram um salto qualitativo. Isso mostra que é preciso apresentar oportunidades, pois muitas vezes uma escola pública é vista como uma instituição que não dá resultados”, pondera Graça Soares.

Torneio

 A equipe do Cmei Mario Altenfelder é uma das sete equipes que a Bahia levará ao Festival Sesi de Educação. Nesta temporada, os participantes explorarão o papel que a ciência, a tecnologia, a engenharia, a arte e a matemática (STEAM) desempenham para aprimorar e projetar um mundo de possibilidades infinitas. O Evento, maior do segmento no país, é operado pelo SESI. A comitiva formada por estudantes da Rede SESI de Educação Bahia embarca no dia 27 de fevereiro.