Aumento do preço da gasolina agrava crise do transporte público, diz prefeito

Bruno Reis lamentou a política de preços praticada no Brasil

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Publicado em 22 de abril de 2024 às 13:36

Bruno durante evento na Polêmica Crédito: Valter Pontes / Secom PMS

Durante a inauguração de uma unidade de saúde na comunidade da Polêmica, em Salvador, nesta segunda-feira (22), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) comentou sobre o reajuste no preço da gasolina anunciado pela Acelen, na sexta-feira (19). O gestor disse que a preocupação imediata é com o transporte público, por conta da crise que o setor está vivendo.

"Aqui ao lado, o sistema metropolitano tinha 11 empresas. Cinco quebraram, restaram seis e, recentemente, 1,5 mil trabalhadores foram demitidos sem perspectiva de receber as indenizações por conta da crise que vive o transporte público no Brasil. E quando há aumento de combustível, isso impacta e agrava ainda mais a crise e afeta o bolso de milhares de cidadãos e cidadãs que diariamente utilizam veículos para se deslocar para os seus afazeres", afirmou Bruno Reis.

Na sexta (19), a refinaria Acelen anunciou aumento de 5,1% para as distribuidoras. Nas bombas, a diferença entre o preço antigo e o atual da gasolina comum alcançou R$ 0,80 em alguns postos de Salvador. O último reajuste tinha ocorrido em fevereiro deste ano, quando a Refinaria de Mataripe anunciou que os aumentos para as distribuidoras seriam de 3% na gasolina, de 8% no diesel e de 2% no Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).

"A gente lamenta que a política de preços do combustível no Brasil seja tão instável. São aumentos e reajustes que ocorrem sem qualquer programação, com frequência e isso impacta a vida de todos", afirmou o prefeito.

Em nota, a Acelen justificou o reajuste pelas oscilações no mercado internacional. "Os preços dos produtos da refinaria seguem critérios de mercado que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que é adquirido a preços internacionais; a cotação do dólar e o frete, podendo variar para cima ou para baixo", diz a nota.

Risco de desabastecimento

O Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia (Sindipetro-Ba) informou nesta segunda-feira que algumas unidades da Refinaria de Mataripe, administrada pela empresa Acelen, estão paradas ou apresentando problemas operacionais provocados pelas fortes chuvas que caem no estado. Em função disso, a refinaria não está operando com plena capacidade e já apresenta baixo estoque de gasolina e gás de cozinha (GLP).

Em nota, a Acelen confirmou a informação divulgada pelo sindicato e informou que as unidades responsáveis pela produção de gasolina e GLP da Refinaria de Mataripe, encontram-se em manutenção não-programada, o que reduziu a capacidade produtiva da refinaria.

"A empresa está adotando todas as medidas possíveis com vistas a reduzir a possibilidade de impacto no fornecimento dos produtos ao mercado, o que inclui compra de carga extra de GLP para reforçar os estoques e suprir o fornecimento durante a parada não-programada", diz a nota.