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Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2024 às 20:24
A Bahia é um dos doze estados brasileiros que não possuem nenhuma menção à educação infantil na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na Lei Orçamentária Anual (LOA) e no Plano Plurianual (PPA). Do nordeste, Paraíba e Sergipe também não apontam investimentos na categoria em nenhum dos três planejamentos. Os dados são referentes ao ano de 2024, para LOA e LDO, e entre 2024 e 2027, para o PPA. >
Em todo o país, 12 estados não apontaram incentivos e investimentos à educação básica, sendo eles Acre, Amapá, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Desses, sete estados estão localizados nas regiões norte e nordeste, representando cerca de 58,3% das unidades federativas que não preveem recursos para a categoria. Mato Grosso e Piauí foram os únicos estados a dispor recursos em todas as três esferas do planejamento. >
São do nordeste também os maiores índices de crianças fora de creches, um dos maiores problemas da educação infantil no país. Acre (48%), Roraima (38%), Pará (35%) e Piauí (33%) são os líderes do ranking de crianças de até três anos de idade em situação de exclusão.>
Na contraposição, dez estados brasileiros citam a educação infantil na LOA; quatro fazem referência na LDO; e nove no PPA.>
Os dados analisados pela Folha de S. Paulo fazem parte do levantamento do Instituto Articule. A análise considerou expressões como creche, pré-escola, educação infantil e primeira infância para determinar quais estados possuem orçamentos e ações específicas voltadas para a educação infantil, que é de responsabilidade dos governos municipais, mas, de acordo com a legislação, pode receber recursos dos estados.>
O Ministério da Educação (Mec) reforçou que a educação infantil é fruto de um pacto federativo entre municípios, estados e união, com maior responsabilidade das prefeituras.>
O governo do estado da Bahia afirmou apenas que no PPA há previsão de um programa de apoio às prefeituras com o assessoramento técnico-pedagógico e investimentos financeiros.>
O Rio de Janeiro informou que auxilia no atendimento de demandas específicas da educação infantil. No Tocantins, o governo declara ter parcerias para investimento no setor. O Ceará afirmou realizar investimentos em bolsas de estudos, construção de espaços de educação infantil.>
O estado mineiro alegou que as ações voltadas para a educação infantil de cooperação com as prefeituras estão detalhadas na LOA, assim como Pará, Rio Grande do Sul e Maranhão que afirmaram que os recursos e projetos como criação de novas creches e formação docente estão descritas no PPA.>
São Paulo relatou investimento em materiais didáticos e em capacitação profissional para os docentes do projeto em prol da alfabetização de crianças de até 7 anos.>
No caso dos estados do Acre, Amazonas e Paraná, as propostas não estão previstas, pois a responsabilidade legal é dos governos municipais, dizem as gestões.>
Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe foram contatados pela Folha, mas não houve retorno. >