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Bahia tem 3.905 pessoas esperando por doação de órgãos; saiba qual deles tem a maior fila

No estado, há demanda por coração, córneas, rim e fígado

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 30 de abril de 2025 às 06:00

Transplante de órgão
Transplante de órgão Crédito: Shutterstock

Na fila de espera pela garantia de vida, pelo menos 3.905 pessoas aguardam por doações de órgãos na Bahia, segundo dados informados pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O número totaliza a demanda por quatro órgãos e tecidos: rim, fígado, córneas e coração, conforme apontam registros atualizados em março deste ano pela pasta.

Dentre os órgãos, os rins têm maior fila para transplante entre os baianos, com demanda para 2.122 pessoas. De acordo com Eraldo Moura, coordenador do Sistema de Transplantes da Bahia, esse cenário não abrange apenas a Bahia, como também se repete a nível nacional, uma vez que o órgão é uma solução para pacientes que fazem hemodiálise.

“O paciente que precisa de um transplante renal, hoje, está submetido a um tratamento que limita a vida [hemodiálise], porque demanda que ele fique quatro horas ligado a uma máquina ou fazendo diálise peritoneal toda noite. Então, ter um tratamento efetivo, que permita que eles tenham qualidade de vida, é o que o transplante renal oferece”, esclarece Eraldo.

O transplante de rins é a última tentativa para solução de problemas renais, isto é, insuficiência renal aguda ou crônica grave, que acontece quando os rins não conseguem mais filtrar o sangue adequadamente. A hemodiálise, então, consiste na realização desse processo de modo mecânico, com a drenagem e limpeza de todo o sangue, bem como sua reinserção no organismo depois de limpo.

Dois fatores que implica na alta demanda pelo transplante de rins é a diabetes e a hipertensão – duas das doenças que mais acometem os brasileiros. A insuficiência renal crônica é, inclusive, causada por ambas as condições quando não controladas, o que leva à necessidade de hemodiálise. Desse modo, os transplantes de rins oferecem a chance de maior prolongamento e qualidade de vida.

As córneas, por sua vez, são tecidos que também têm uma ampla fila de espera na Bahia. Em março, havia 1.735 pacientes à espera de um par delas. Segundo Eraldo, diferente dos demais órgãos e tecidos, a demora pela obtenção das córneas não oferece risco de morte. No entanto, há impactos na qualidade de vida.

“A córnea é a parte mais anterior do globo ocular que, quando perde a transparência ou a forma, compromete a visão – como em casos de ceratocone avançado, ceratopatia bolhosa, leucomas corneanos e úlceras de córnea. Muitos pacientes, com o transplante, conseguem voltar a enxergar normalmente, a estudar, a trabalhar e ter uma vida normal”, ressalta Eraldo.

Na fila de espera pela doação de órgãos na Bahia, há 47 pacientes aguardando doação de fígado e um na expectativa pela doação de um coração. Esses casos – assim como aqueles que envolvem a doação de pulmão, pâncreas e fígado – são considerados urgentes, porque a demora na fila pode resultar em morte. Daí a importância, enfatiza Eraldo, de se tornar um doador.

“Todos nós temos chance, a qualquer momento, de precisar de um transplante. Por isso, sempre informamos: comunique a sua família que você quer ser um doador. Isso faz com que a família possa conhecer sua vontade e ajudar outra família”, aconselha o coordenador do Sistema de Transplantes da Bahia.

No ano passado, 1.583 famílias negaram a doação de órgãos e tecidos de parentes mortos. Se essas doações tivessem sido feitas, pelo menos 3.500 baianos seriam beneficiados. Os dados e estimativa são da Sesab. Para que esse cenário não se repita, é possível fazera Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aêdo), um documento fruto da parceria entre o Colégio Notarial do Brasil e o Ministério da Saúde.

Através dessa autorização, que pode ser preenchida de forma gratuita por meio deste site, a pessoa facilita o processo para a família ao deixar provado o interesse em doar. O documento, no entanto, não exclui a necessidade de autorização familiar.

Ainda, é possível fazer doação de órgãos (rim e fígado) em vida. A pessoa juridicamente capaz precisa dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes, para cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau.

Se a doação em vida for para outra pessoa que não seja parente ou amigo próximo, é necessária autorização judicial, além de avaliação da Central de Transplantes e da Comissão de Ética do hospital. Esse procedimento visa descartar a possibilidade de comércio de órgãos.