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Balas perdidas atingem apenas mulheres em março, aponta levantamento

É o maior número de mulheres vítimas de bala perdida em Salvador e RMS desde que o Instituto Fogo Cruzado iniciou o mapeamento na Bahia, em 2022

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 4 de abril de 2025 às 17:40

Bala perdida
Cápsulas pelo chão após confrontos na capital Crédito: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

O Instituto Fogo Cruzado, que mapeia a violência em Salvador e região metropolitana, registrou seis vítimas de balas perdidas em março, na capital – todas mulheres. Dessas, três morreram e três ficaram feridas. Os casos ocorreram entre os 150 tiroteios mapeados pela organização ao longo de março. O recorte chama a atenção em pleno mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

De acordo com o instituto, a violência armada atingiu 16 mulheres no mês passado, o maior número de vítimas femininas registrado em um único mês em 2025. No total, 152 pessoas foram baleadas, sendo 120 mortos e 32 feridos na capital e RMS.

Das seis mulheres atingidas por bala perdida em março, duas eram idosas (uma morreu e outra ficou ferida) e uma era adolescente, que ficou ferida (confira casos abaixo). Três dessas mulheres foram identificadas racialmente como negras. Além disso, quatro dessas vítimas foram baleadas durante operações policiais: três morreram e uma ficou ferida.

O Instituto Fogo Cruzado considera vítimas de bala perdida pessoas mortas ou feridas em situações nas quais não tenham nenhuma participação ou influência sobre os disparos de arma de fogo.

Para efeito de comparação, em janeiro, 12 mulheres foram atingidas pela violência armada. Dessas, duas foram vítimas de bala perdida: uma morreu e outra ficou ferida. Já em fevereiro, sete mulheres foram baleadas, mas nenhuma em circunstâncias de bala perdida. Março registrou o maior número de mulheres vítimas de bala perdida desde que o Fogo Cruzado iniciou o mapeamento na Bahia, em julho de 2022.

Os cinco tiroteios que culminaram em seis vítimas de bala perdida ocorreram em Salvador, nos seguintes bairros:

  • 14/03: Trobogy - 1 morta
  • 18/03: Mussurunga - 1 ferida
  • 22/03: Centro - 1 ferida
  • 25/03: Narandiba - 1 morta e outra ferida
  • 27/03: Vale da Pedrinhas - 1 morta

Entre os casos emblemáticos do mês de março, destacam-se o da dentista Larissa de Azevedo, na Avenida Paralela, altura do Trobogy, durante uma perseguição e troca de tiros entre policiais e homens armados, e o episódio com uma idosa de 87 anos, baleada dentro de casa enquanto assistia televisão, no bairro do Vale das Pedrinhas.

“Temos uma variedade de circunstâncias que levam ao mesmo resultado: inocentes baleadas. Uma a caminho do trabalho na avenida mais movimentada da cidade, outra assistindo TV, ou confraternizando com amigos próximo de casa. Uma mais idosa, uma adolescente, outras na metade da vida. Todas essas mulheres foram atingidas durante ações policiais. Mais uma vez, constatamos que a ação policial com foco no confronto é uma arma apontada também para a população”, afirma Tailane Muniz, coordenadora regional do Instituto Fogo Cruzado.