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Capelinha de São Caetano é mais um bairro rachado por facções em Salvador

Traficante foi morto após Rondesp interceptar ataque a outra facção

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 7 de junho de 2024 às 16:00

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Rua Major Ribeiro, onde traficante foi morto em confronto Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

morte de um traficante em confronto com a polícia, em Capelinha de São Caetano, nesta sexta-feira (7), é resultado do que já se tornou comum em Salvador: bairros rachados por facções que disputam espaço. Isso porque o confronto entre suspeitos armados e agentes da Rondesp BTS ocorreu às 4h30, quando os criminosos saíam para atacar um grupo rival no bairro que, segundo moradores, fica dividido pela rua principal.

Um morador, que tem medo de se identificar, afirma que cada facção ocupa um espaço, em lados opostos da avenida que corta o bairro. "Nós estamos aqui na Rua Capelinha de São Caetano, que é a principal. Essa é uma área neutra, vamos dizer assim. Porém, em um lado tem um grupo e do outro tem o rival. Então, de vez em quando, um sai para atacar o outro", relata o homem, nascido e criado no local.

A facção que atua na Rua Major Ribeiro, onde ocorreu o confronto nesta sexta, é a Ajeita. É deste grupo que faz parte Gleidson da Cruz Santos, mais conhecido na região como Guegueu, que foi morto durante o tiroteio com policiais. Ele estava acompanhado de mais homens que, após atirar contra a Rondesp, conseguiram fugir. O grupo rival, que não foi identificado por moradores e seria alvo dos criminosos, não chegou a se envolver no confronto, pois tem sua base nas imediações de um mercado de atacado localizado no bairro.

O resultado dessa conjuntura, de acordo com outra moradora que também tem medo de falar o nome, são tiroteios recorrentes. "Não tem todo dia, nem toda semana. Porém, de vez em quando, acontece. A gente vê muita polícia aqui, o que acho que ajuda a conter um pouco, mas eles fazem essa guerra. Vez ou outra, somos acordados por esses tiroteios porque subiram para atacar a boca [base das facções] do outro", conta ela.

Não à toa, o Instituto Fogo Cruzado, que monitora a violência armada em Salvador e Região Metropolitana (RMS), já registrou cinco tiroteios no ano em Capelinha de São Caetano. Nos registros, houve seis mortes. Um policial militar ouvido pela reportagem conta que a região não conta apenas com dois grupos criminosos e, por isso, registra situações do tipo.

"Além de Salvador inteira estar assim e bairros vizinhos terem guerra, aqui está cheio desses grupos. Não vou dar nomes, mas aqui é tudo misturado. Então, é claro que há uma disputa e tiroteios acontecem por conta disso", fala o policial, sem se identificar. Procurada para responder sobre o tiroteio, a Polícia Civil informou que o caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Apesar de ser tratado como liderança da Ajeita no bairro de Capelinha, Gleidson nunca foi denunciado por tráfico de drogas ou organização criminosas. Ele, no entanto, foi indiciado duas vezes por roubo majorado, quando há violência ou grave ameaça à vítima. Em um dos casos, quando foi denunciado pelo crime na Rua Desembargador Mário Lisboa Sampaio, Guegueu foi condenado a 11 anos de reclusão.