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Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2024 às 10:49
A Justiça concedeu liberdade para o capitão Mauro das Neves Grunfeld, da Polícia Militar, investigado por colaborar em um esquema de compra e venda de armas para facções criminosas na Bahia. O PM foi solto na quinta-feira (18) e responderá ao processo em liberdade provisória. A soltura foi confirmada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).>
Na decisão judicial - encaminhada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) ao CORREIO - consta que, "embora pairem indícios do envolvimento do mesmo no comércio ilegal de armas, não há elementos que façam crer que exerça posição de destaque ou chefia na suposta organização". O investigado ainda é réu primário e possui "bons antecedentes", segundo os autos do processo.>
A liberdade provisória foi concedida mediante as seguintes condições: não alterar o endereço sem comunicação prévia ao Juízo; comparecer a todos os atos processuais; não se ausentar da comarca de sua residência, sem prévia comunicação, além da proibição de manter contato com qualquer pessoa vinculada aos fatos objeto da investigação em questão.>
Qualquer descumprimento resultará em imediata decretação de nova preventiva.>
O militar, preso em maio, nega as acusações. Grunfeld é ex-comandante da 41ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Federação). Além dele, outras 19 pessoas foram presas em maio na Operação Fogo Amigo. O PM chegou a ser escolhido como "policial militar padrão do ano 2023", pelos serviços prestados. Nas redes sociais, ele mostrava viagens para fora do país.>
As investigações dizem que o policial fazia parte do grupo criminoso que comprava e vendia armas para facções, para abastecer facções que atuam na Bahia. O grupo incluía ainda outros oito PMs da Bahia e um ex-PM.>
A quebra de sigilo telefônico dos envolvidos permitiu interceptar mensagens mostrando conversas de Grunfeld com o PM Gleybson Calado do Nascimento, que também é acusado de fazer parte do esquema. As conversas em 2023 mostram uma negociação por munições entre os dois. Depois, houve uma negociação por uma arma de fogo. >
A defesa afirma que as compras eram para uso pessoal.>
A reportagem procurou o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para mais detalhes do processo e aguarda retorno. >