Cerca de 221 mil pessoas vivem nas ruas do Brasil

Em Salvador, são 5 mil moradores nessa situação

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  • Gil Santos

Publicado em 28 de maio de 2024 às 19:20

Ministro Silvio Almeida durante a discussão no G20 Crédito: Ana Lúcia Albuquerque/ CORREIO

Cerca de 121 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil, segundo levantamento do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Nesta terça-feira (28), o grupo de trabalho do G20 discutiu, em Salvador, a produção de dados e políticas públicas para atender a essa população. A falta de informação é uma barreira apontada pelos especialistas, porque existe uma gama de brasileiros vivendo nessas condições e que não estão cadastrados nos programas de assistência. São invisíveis para o Estado.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou do segundo dia de debate do G20, no Centro de Convenções, na Boca do Rio, e destacou o Plano Nacional Ruas Visíveis, anunciado em dezembro do ano passado. O programa tem sete eixos e o investimento é de R$ 982 milhões. Ele contou que existe um grupo no Governo Federal levantando dados sobre essa população, e que as informações serão divulgadas a partir de junho.

"A qualidade dos dados e as evidências disponíveis impacta diretamente nas atividades e serviços públicos a serem implementados. Não se faz política pública sem ciência, sem os dados. Isso é fundamental, é básico", afirmou.

Os sete eixos do programa incluem assistência social e segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania, educação e cultura; habitação; trabalho e renda; e produção e gestão de dados. O governo informou que a iniciativa conta com mobilização de 11 ministérios e é fruto de diálogo com sociedade civil organizada, representantes dos três Poderes, setor empresarial e universidades.

Em Salvador, uma pesquisa realizada pelo Município em parceria com o Projeto Axé identificou 5.130 pessoas vivendo em situação de rua. Os dados foram divulgados no começo do ano e apontam que 3.949 são homens, 4.778 são pretos ou pardos, 479 são idosos e 275 são crianças. No total, 26% deles foram morar nas ruas por sofrerem maus tratos em casa, 10,3% porque usam substâncias psicoativas e 9,1% porque ficaram sem emprego.