Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 25 de outubro de 2023 às 19:09
A chacina que terminou com três mortos e um baleado na noite de terça-feira (24), no povoado de Morrinhos, na cidade de Buritirama, tinha como principal alvo o dono da 'Adega Rocha', bar onde as vítimas foram executadas. De acordo com informações de policiais militares que atuam na área, o homem, que ainda não foi identificado, é um 'velho conhecido' da polícia e tem uma posição de comando no tráfico de drogas nas imediações de Buritirama, no oeste do estado.
Ele teria, inclusive, comandado uma ação que matou traficantes rivais na cidade de Pilão Arcado, que faz divisa com o Piauí e tem atuação de grupos criminosos do estado vizinho. Um PM da região explica que, na hora em que os seis suspeitos de terem executado a chacina chegaram ao local, o dono do bar estava no interior do estabelecimento e conseguiu sair pelos fundos sem ser visto pelos rivais. Depois disso, não teria sido mais localizado por policiais e investigadores do caso.
"O ataque de ontem é uma resposta ao que aconteceu em Pilão Arcado e o alvo deles era o dono bar. Porém, como ele é esperto e percebeu a ação na porta, saiu pelos fundos. O alvo era ele, com toda a certeza. Já é um conhecido nosso porque atua com tráfico na região e, segundo informações, participa da facção do Primeiro Comando da Capital [PCC]. Não há uma certeza que ele é parte do grupo, mas sem dúvida é nome importante para o tráfico", informa o PM, que cita inúmeras diligências no local.
Por conta da ligação do dono do bar com o crime, 'batidas' da PM no espaço já viraram rotina para agentes que atuam na área. "Em uma das batidas, há pouco mais de dois anos, esse dono de bar foi preso. Quando chegou na delegacia para fazer boletim de ocorrência, tinha cinco advogados desse cara esperando. Então, não é qualquer um. Quem foi que ligou rápido assim para esses advogados?", questiona o PM.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil da Bahia (PC-Ba) e com a Polícia Civil do Piauí (PC-PI) para saber se as guarnições registraram o ataque que resultou na morte dos traficantes e se há alguma relação com o dono do bar, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.