Chacina de Jequié tem relação com assassinatos em Feira de Santana e Rafael Jambeiro, diz Polícia Civil

Policial militar da reserva está entre os suspeitos do crime

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  • Maysa Polcri

Publicado em 5 de março de 2024 às 12:37

Chacina de família de ciganos morta em Jequié tem relação com outros dois assassinatos em Feira de Santana e Rafael Jambeiro, entre janeiro e outubro do ano passado, segundo a Polícia Civil. Na chacina de Jequié, seis pessoas da mesma família foram assassinadas. Dois suspeitos dos crimes foram alvos de mandados de prisão em Alagoinhas e um em Feira de Santana, nesta terça-feira (4). Um deles é policial militar da reserva. O mandante do crime, que também é cigano, está sendo procurado, mas ainda não foi localizado.

Um dos alvos dos mandados e apontado como executor das chacinas já estava preso no Conjunto Penal de Feira de Santana desde novembro do ano passado. Ele é acusado de ter cometido um homicídio e um estupro em Alagoinhas.

"Tivemos uma primeira diligência há cerca de dois meses tentando localizá-lo, mas não tivemos êxito. Logo em seguida, tivemos conhecimento de que ele foi preso por outros crimes e estava em Feira de Santana. Nós não noticiamos naquela época para não comprometer a investigação", explicou o delegado Paulo Roberto Guimarães. 

Dois dias antes da chacina que deixou seis pessoas mortas em Jequié, no sudoeste da Bahia, um familiar das vítimas foi encontrado morto dentro de um carro em uma rodovia na Bahia, em Rafael Jambeiro. A vítima foi identificada como Iomar Barreto Cabral, de 22 anos.

Já em agosto do ano passado, dois meses antes, quatro pessoas foram mortas após um ataque de um grupo armado em um restaurante no centro de Feira de Santana. Três vítimas morreram no local e uma quinta foi baleada na perna.

Segundo as investigações da Polícia Civil, todas as mortes têm relação com uma briga por compra de gados, em 2016. As vítimas da chacina de Jequié foram Natiele Andrade de Cabral, de 22 anos (grávida de nove meses); Laiane Andrade Barreto, 5 anos; Elismar Cabral Barreto, de 23 anos; Sulivan Cabral Barreto, de 35 anos; Maiane Cabral Gomes, de 45 anos e Lindinoval de Almeida Cabral, de 66 anos.

A polícia conseguiu determinar a ligação dos crimes a partir da localização de armas que foram usada nas três ocorrências, como explicou Heloísa Campos de Brito, delegada-geral da Polícia Civil. "Nós conseguimos apreender armas escondidas em Inhambupe e em São Francisco do Conde. Através da perícia, nós identificamos que elas foram utilizadas nos quatro homicídios em Feira de Santana, Rafael Jambeiro e em Jequié", disse.