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Elaine Sanoli
Publicado em 4 de abril de 2025 às 17:36
Mais uma etapa da construção da Ponte Salvador-Itaparica foi concluída. O fim da sondagem para construção do equipamento foi anunciado nesta sexta-feira (4). As avaliações na Baía de Todos-os-Santos levaram cerca de 12 meses para serem finalizadas. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), o próximo passo será a finalização do projeto de fundações da ponte pela Concessionária e a mobilização dos canteiros de obras.
No total, o processo de sondagem foi realizado com 105 furos ao longo do traçado da ponte, com o material extraído em alguns pontos com profundidade de 200 metros, o que representa cerca de duas vezes a altura do Elevador Lacerda, ponto turístico da capital baiana. Essa foi a maior profundidade atingida por um procedimento do tipo no país. Inicialmente, o procedimento foi feito em águas rasas, com 10 metros de profundidade. As amostras foram analisadas em laboratório instalado no canteiro de apoio.
Com as análises, foi identificado que, no trajeto da Ilha de Itaparica para Salvador, os primeiros dois quilômetros apresentam material mais jovem, com uma fina camada de solo sedimentar e, em seguida, rocha de boa qualidade. Depois, a composição muda: há uma extensa camada de material sedimentar, seguida por rocha de baixa resistência, intercalada com finas camadas mais resistentes. Esse padrão resulta da movimentação do mar e da diferença na idade geológica da Baía-de-Todos-os-Santos, que varia de 66 milhões de anos perto da Ilha de Itaparica a 241 milhões de anos próximo a Salvador, segundo a pasta.
Estiveram presentes no evento representantes de entidades acadêmicas como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (CREA-BA), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Clube de Engenharia e Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon).
“É uma geologia desafiadora e está sendo muito bem amparada com estudos e com tecnologia. Quanto ao projeto em si, é encurtamento de distâncias, tem muitos impactos positivos para a Bahia e, obviamente, impactos que deverão ser analisados e mitigados”, analisou a professora do departamento de geologia da UFBA, Ana Santana.