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Maysa Polcri
Publicado em 21 de novembro de 2025 às 15:33
O anúncio de que o bairro da Mouraria receberia o primeiro Festival de Lambreta de Salvador animou muita gente que fez questão de prestigiar a abertura do evento, na terça-feira (18). A experiência, no entanto, decepcionou clientes quando o petisco principal do festival acabou nos restaurantes participantes, logo no primeiro dia. >
As mesas ficaram lotadas, com longas filas de espera, e os restaurantes precisaram anunciar a falta de lambreta, no início da noite. O resultado? Muitos clientes foram embora sem sentir o gostinho da iguaria. "Fui e fiquei na vontade. Não gostei do atendimento do bar onde fiquei, péssimo, desorganizado, nem aí porque já tinha vendido tudo", contou uma cliente, nas redes sociais. >
Lambreta
Há relatos de quem esperou por duas horas e, mesmo assim, não teve o pedido atendido. "Eu cheguei às 17 horas, fiz o pedido e fui embora às 19 horas sem comer lambreta. A cerveja tive que ir buscar porque ninguém serviu", reclamou outra pessoa. "A garçonete muito esforçada, mas não tinha estrutura para atender o pessoal. Pedi a lambreta, ela disse que tinha, depois disse que tinha acabado, depois trouxe a bendita lambreta", contou outra cliente. >
No caso do Koisa Nossa, o movimento no primeiro dia de festival fez a demanda por lambreta triplicar, como conta Eliene Cunha, dona do restaurante. "Se antes eu tinha 100 pedidos, subiu para 300. Foi muita gente mesmo. Os fornecedores não estão dando conta de atender a demanda porque são seis bares participantes", explica. >
O estabelecimento decidiu limitar a quantidade de pedidos durante os horários de mais movimento. "Estamos até limitando. Tem cliente que pede três panelas, a gente diz que só dá pra sair duas", afirma Eline. O festival acontece até o dia 30 de novembro, das 12h às 22h. Além do Koisa Nossa, participam os restaurantes Bigu, Mistura Perfeita, Oxente Menina, Bar da Crys e Destampa. >
A Sole Produções, responsável pela organização do evento, se manifestou, através de nota, e disse que a gestão do estoque é de responsabilidade dos restaurantes. "O festival alcançou um sucesso acima do previsto, gerando um fluxo intenso de visitantes e, consequentemente, em alguns estabelecimentos a rápida finalização do estoque", diz.>
A produtora ainda pondera que a lambreta é um alimento de difícil conservação em grandes quantidades. "Esse fenômeno, embora natural em eventos de grande movimento, se acentua quando falamos de um produto como a lambreta, um marisco que exige cuidados rigorosos de seleção, armazenamento e frescor", acrescenta. >
Em janeiro deste ano, o CORREIO noticiou a falta de lambreta em bares e restaurantes de diferentes regiões de Salvador. O aumento da demanda no verão, a insuficiência de mão de obra e até as mudanças climáticas ajudam a explicar a diminuição dos estoques, segundo os próprios fornecedores. A pesca da lambreta é feita, sobretudo, por marisqueiras no Baixo Sul e Recôncavo da Bahia, de forma artesanal.>