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Raquel Brito
Publicado em 7 de setembro de 2023 às 20:32
O velório de Raimundo Varela, um dos maiores comunicadores da Bahia, que faleceu nesta quinta-feira (7), reuniu amigos e colegas de profissão do apresentador. Entre os presentes, estavam nomes como Carlos Alves, diretor-geral da Record TV, Pedro Senta Se, repórter da Record TV que hoje também apresenta o Balanço Geral, e Adelson Carvalho, que comanda o programa Cidade Alerta. >
Varela, que morreu aos 75 anos, teve vários trabalhos antes de entrar na comunicação, mas foi nessa área que se consolidou e dedicou-se por mais de 40 anos.>
A escolha foi acertada: para Carlos Alves, Varela foi um exemplo de comunicador. “Varela ensinava em tudo. A todo momento que ele falava, os exemplos que ele dava, a forma como ele se portava, ele estava sempre ensinando as pessoas e brigando pelos direitos da população. A gente teve sempre o cuidado de que, enquanto ele pudesse, a gente ia deixá-lo no ar, e deixamos até o fim”, disse.>
Pedro Sento Se compartilha da visão de Carlos. “Varela ensinava no caminho das pedras. Ele dizia para você como fazer, como não fazer, dava dicas. Ele era um professor. Ele sabia, mais do que ninguém, como realizar não só o ofício da comunicação em si e da representatividade do povo, mas também de ensinar àqueles que tiveram, assim como eu, o privilégio de aprender com ele”, conta.>
De acordo com Gel Varela, filho do apresentador, a pandemia da covid-19 causou no pai um medo profundo. Entretanto, isso não fez com que ele se afastasse das telas. Desde que a pandemia começou, Varela passou a apresentar o programa em sua própria casa, e continuou dessa forma após a quarentena.>
Motivo do bordão “bota o fone, Zé!”, o técnico de som José Serra trabalhou com Varela por 26 anos, em três veículos diferentes. Segundo ele, o que era uma relação de trabalho tornou-se uma amizade com nível quase familiar. “Ele foi um ícone, um exemplo de vida para mim, tanto de ser humano como de profissional. Eu sou um pouco suspeito para falar sobre ele, mas ele é um exemplo de homem, de pai, de irmão e de amigo”, diz.>
José conta que, por mais que a reação mais comum das pessoas ao começar a trabalhar com Varela fosse de medo, não havia motivo para isso. “Ele era um profissional na essência da palavra, porque ele só queria uma coisa: que nós fizéssemos o certo. E também que ajudássemos se ele estivesse exagerando. Ele sempre dava essa liberdade de opinião. Era uma pessoa acima da média”.>
Para Adelson Carvalho, colega de emissora e amigo de Varela, o legado que ele deixa é de um jornalismo de honestidade. “Ele sempre me disse: 'Adelson, não queira agradar ou desagradar. Vai em cima do fato. A gente não deve falar da pessoa, mas dos atos daquela pessoa'. Esse é o jornalismo que tem que ter credibilidade, ele sempre se preocupou com a credibilidade do jornalismo, e isso eu carrego. Nós temos essa missão que é honrar o jornalismo e, agora, honrar o nome dele”, declarou.>