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Portal Edicase
Publicado em 9 de setembro de 2025 às 17:03
A dieta mediterrânea é reconhecida mundialmente por seus benefícios à saúde e se inspira na alimentação milenar dos povos da região litorânea em que Europa, Ásia e África se encontram. Esse padrão alimentar também favorece a saúde do cérebro e pode ajudar a reduzir o risco de Alzheimer . É o que revela a pesquisa “Interplay of genetic predisposition, plasma metabolome and Mediterranean diet in dementia risk and cognitive function” , recentemente publicada na revista científica Nature Medicine . >
“Os alimentos típicos da dieta mediterrânea são ricos em compostos antioxidantes, como os polifenóis presentes nas frutas, verduras, azeite e vinho, que combatem o estresse oxidativo e protegem os neurônios. Além disso, o efeito anti-inflamatório proporcionado pelo consumo de peixes ricos em ômega 3 e pelo azeite contribui para reduzir processos inflamatórios cerebrais”, explica a coordenadora de Nutrição da Casa de Saúde São José, Ana Paula Pereira da Silva. >
Dieta mediterrânea
Além do ômega 3 e dos polifenóis, outros nutrientes relevantes presentes na dieta mediterrânea se destacam, como os flavonoides, encontrados em uvas, azeite, nozes e frutas vermelhas, as vitaminas do complexo B — B6, B12 e ácido fólico, presentes em vegetais folhosos e leguminosas, bem como as vitaminas C e E, que exercem importante função antioxidante. >
Outra vantagem da dieta mediterrânea é o controle dos fatores de risco vascular, pois essa alimentação ajuda a melhorar o colesterol, a pressão arterial e a glicemia. Logo, é uma aliada na prevenção de doenças que afetam a circulação sanguínea e que estão ligadas também ao declínio cognitivo. >
Segundo o Dr. Fabrício Hampshire, neurologista da Casa de Saúde São José, o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa de início muitas vezes discreto e de caráter progressivo. “É uma desordem que pode levar à perda progressiva da memória e outros sintomas como alterações de comportamento, dificuldade para realizar tarefas rotineiras e para se expressar adequadamente”, comenta. >
Por ser uma doença sem cura, a prevenção do Alzheimer é fundamental. Para além de uma alimentação balanceada, essencial para a saúde do cérebro , o neurologista recomenda: >
A dieta mediterrânea inclui grande consumo de frutas, verduras, legumes, leguminosas, cereais integrais, além do uso do azeite de oliva como principal fonte de gordura. Além disso, essa alimentação privilegia peixes e frutos do mar como fontes de proteína. Os laticínios aparecem de forma moderada, geralmente na forma de queijos e iogurtes. >
As refeições contêm muitas ervas e especiarias, que substituem o excesso de sal. Apesar de não ser uma bebida obrigatória para que os benefícios da dieta sejam alcançados, o vinho também pode ser recomendado em pequenas quantidades. >
“É importante controlar as porções, especialmente de azeite e oleaginosas, pois, embora sejam saudáveis, apresentam alto valor calórico. A variedade alimentar deve ser mantida para evitar deficiências nutricionais, assegurando o consumo adequado de proteínas por meio de peixes, ovos, leguminosas e laticínios. Por fim, é essencial que esse padrão alimentar seja adaptado à realidade cultural e financeira de cada pessoa, garantindo, assim, sua adesão a longo prazo”, conclui a nutricionista da Casa de Saúde São José. >