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Mais de 1,6 mil bancários foram demitidos na Bahia após fechamento de agências

Levantamento mostra quais bancos demitiram mais funcionários no estado desde 2020

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 26 de junho de 2025 às 05:15

Banco anuncia fechamento de unidade no interior da Bahia
Banco anuncia fechamento de unidade no interior da Bahia Crédito: Reprodução

O fechamento de bancos no interior da Bahia não provoca impactos apenas aos moradores que ficam sem os serviços das agências. Mesmo com a promessa de que seriam realocados, funcionários de agências bancárias baianas têm perdidoo seus postos de trabalho. Entre janeiro de 2020 e junho deste ano, 1.651 bancários baianos foram desligados de seus postos de trabalho. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Bancários da Bahia, a pedido do CORREIO. 

O banco que mais demitiu funcionários baianos foi o Bradesco, responsável por 706 demissões em menos de cinco anos no estado. Não por coincidência, o banco concentra o maior número de agências fechadas. Entre outubro de 2023 e março deste ano, o Bradesco fechou unidades, entre agências e pontos de atendimento, em 36 cidades baianas. Há dois anos, a empresa anunciou um processo de modernização.

Na prática, as mudanças buscam reduzir custos - com os fechamentos das unidades físicas - e investir nos serviços digitais. As operações bancárias feitas através de plataformas eletrônicas correspondem a 98% do total de serviços realizados pelos clientes, segundo o Bradesco. Ronaldo Ornelas, um dos diretores do Sindicato dos Bancários da Bahia, explica o que acontece quando as agências anunciam o encerramento de atividades.

"Os bancos dizem que os funcionários de agências fechadas são realocados em outras unidades. Só que sobram dois gerentes gerais, dois supervisores, entre outros. Então, o que vemos, na prática, são dispensas dos colegas. Quando a empresa lança um plano de estrutura produtiva, é claro que ela vai atuar na diminuição de pessol", afirma Ronaldo Ornelas.

Em nota enviada à reportagem, o Bradesco confirmou que tem promovido mudanças em seu modelo de atendimento, transformando parte de suas agências em unidades de negócio. As unidades substituem as agências tradicionais, com o objetivo de reduzir custos e, segundo a empresa, aumentar a eficiência.

Demissões 

As empresas que mais demitiram funcionários nos últimos cinco anos na Bahia, além do Bradesco, foram o Itaú (344), Santander (219) e Safra (137). O fechamento das agências não tem passado despercebido no interior do estado. Protestos foram realizados por moradores e funcionários em cidades como Rio do Pires e Palmeiras. As unidades do Bradesco fechadas nessas cidades eram as únicas que atendiam seus habitantes. Para ter acesso aos serviços presenciais, os moradores devem viajar, em média, 50 quilômetros. 

Uma reunião entre o Sindicato dos Bancários e o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon-BA) foi realizada em maio, em Salvador, para discutir os impactos dos fechamentos de bancos no interior do estado. O superintendente do Procon-BA, Tiago Venâncio, explicou que o órgão estuda acionar o Ministério Público estadual. A ideia é que ocorra no estado uma ação semelhante à que aconteceu no Maranhão, onde a Justiça determinou a suspensão do encerramento de atividades do Bradesco em 16 municípios do estado, em abril.

Moradores participaram de audiência pública em Rio do Pires por Reprodução

Enquanto as ações não são levadas à Justiça baiana, o aumento da digitalização dos serviços bancários e os processos de corte de gastos das empresas têm efeito concreto: quase metade das cidades baianas não possui sequer uma agência bancária. Dos 417 municípios do estado, em 199 deles os moradores estão desassistidos, o que representa 47,72% do total. 

Para Thaise Mascarenhas, vice-presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, os fechamentos das agências e a consequente demissão de funcionários afastam as empresas de suas funções sociais. "Os bancos surfaram nessa onda de digitalização. Hoje, eles fazem os clientes pagarem as tarifas e se auto atenderem. Isso é feito para que as empresas reduzam os custos e lucrem cada vez mais", afirma. 

Questionada sobre os fechamentos de bancos no interior da Bahia, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirmou que não possui informações sobre o encerramento de atividades de agências bancárias. A entidade, no entanto, ressaltou a migração dos clientes para os serviços digitais.

"Os bancos estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, em que a utilização dos canais digitais de atendimento vem ganhando espaço em detrimentos dos canais físicos e presenciais, refletindo, em especial, o novo perfil do consumidor", pontua. 

Veja o número de funcionários demitidos na Bahia a cada banco

Bradesco: 706

Itaú Unibanco: 344

Santander: 219

Safra: 137

Banco do Brasil: 109

Caixa Econômica Federal: 93

Banco Pan: 13

BNB: 8

Financeira Alfa: 7

Paraná Banco: 6

BMG: 5

Citibank: 2

Desenbahia: 1

BRB: 1