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Maysa Polcri
Publicado em 12 de junho de 2025 às 14:04
A demolição de um terreiro no bairro Pituaçu, em Salvador, é alvo de um inquérito do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). Na segunda-feira (9), uma força-tarefa do Governo do Estado demoliu as estruturas localizadas dentro do Parque Metropolitano de Pituaçu. O Instituto Do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) alega que se trata de uma ocupação irregular dentro de área de proteção ambiental. >
Frequentadores do terreiro Ilê Axé Oyá Onira’d foram surpreendidos com a ação realizada no início desta semana. A ialorixá Naiara Santos afirma que o grupo não foi avisado com antecedência e denuncia intolerância religiosa. Três casas foram demolidas e objetos sagrados foram retirados do espaço. Mulheres e crianças estavam no terreno quando a demolição ocorreu. >
Em nota enviada à reportagem, o Ministério Público confirmou que instaurou um procedimento para apurar o caso relativo à demolição do terreiro de candomblé. O órgão também disse que o Inema, a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e a Secretaria Estadual de Administração (Saeb) foram oficiados, na quarta-feira (11), para que apresentem informações sobre a ação em até 48 horas. >
Demolição de terreiro em Pituaçu
Em janeiro deste ano, uma notificação extrajudicial determinou que obras não fossem construídas no terreno e que os bens da área fossem retirados voluntariamente. "Para mim, essa medida é uma intolerância religiosa porque deveríamos ter sido avisados que a demolição aconteceria", denunciou Naiara ao CORREIO. Antes da demolição, quatro famílias viviam no local, que é frequentado por outras 15.>
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), órgão responsável pela gestão do Parque Metropolitano de Pituaçu, ressalta, em nota, que o terreiro é uma ocupação irregular e que, por isso, foi demolido. "A medida, realizada de forma pacífica e pautada pelo diálogo, é necessária para garantir a preservação ambiental de um dos mais importantes fragmentos urbanos de mata atlântica de Salvador, com vegetação nativa em diferentes estágios de regeneração e que abriga espécies da fauna e flora", pontua.
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