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Maysa Polcri
Publicado em 5 de maio de 2025 às 10:26
O deputado estadual Diego Castro (PL-BA) anunciou que entrou com uma queixa-crime contra o governador Jerônimo Rodrigues (PT) após fala contra eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante um discurso na última sexta-feira (2), Jerônimo sugeriu que bolsonaristas sejam levados para a "vala" por uma retroescavadeira. A fala repercutiu e gero indignação no meio político. >
Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, o deputado Diego Castro criticou o governador e disse que o denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Acabei de entrar com uma queixa-crime no STF para que o governador Jerônimo Rodrigues explique suas declarações antidemocráticas e genocidas contra nós, bolsonaristas baianos, e que o mesmo tratamento no julgamento com os presos do 8 de Janeiro seja dado ao governador", disse o parlamentar. >
A queixa-crime é utilizada para os casos de ação penal privada e é apresentada pelo próprio ofendido ou representante legal, por meio de um advogado. O motivo da queixa contra o governador foi uma fala proferida durante um discurso na cidade de América Dourada, na última sexta-feira (2). >
Durante a entrega do novo colégio estadual Professora Nancy da Rocha Cardoso, Jerônimo Rodrigues atacou o ex-presidente e seus eleitores. "Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma 'enchedeira'. Sabe o que é uma 'enchedeira'? Uma retroescavadeira, bota e leva tudo pra vala", disparou. >
Nesta segunda-feira (5), Bolsonaro se manifestou no X, antigo Twitter, sobre a fala do governador. “Um discurso carregado de ódio, que em qualquer cenário civilizado deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes. Mas nada aconteceu. Não houve abertura de inquérito, nem busca e apreensão, tampouco convocação da Polícia Federal para apurar incitação à violência. Nenhuma nota de repúdio do STF, nenhuma indignação de ministros que se dizem interessados no assunto, nenhuma capa de jornal tratando o caso como “ameaça à democracia”, disse.
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O ex-presidente também afirmou que, caso um bolsonarista tivesse usado palavras semelhantes às do governador, seria preso. “Agora imagine se um apoiador de Bolsonaro dissesse algo remotamente parecido, ou usasse a palavra “vala” em qualquer contexto. Seria manchete, prisão, processo por “discurso golpista” e “incitação ao ódio”. O padrão é claro: só há crime quando convém ao sistema, só há repressão quando o alvo é a oposição", completou.
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Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (5), o governador de desculpou pela fala e disse que não desejaria a morte de qualquer pessoa. "Jamais falaria algo desse porte. Nós, inclusive, criticamos de forma veemente quando alguém deseja a morte de outra pessoa. Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa religiosa e de família, que nunca vai tratar um opositor com esse tratamento", falou Jerônimo Rodrigues. >
Ele contextualizou que falava sobre as mortes durante a pandemia quando sugeriu que bolsonaristas fossem "para a vala". "Se os termos 'vala' e 'trator' foram pejorativos, eu peço desculpas. Essa não foi a intenção. Eu não tenho problema algum em registrar excessos na palavra movidos por indignação", completou o governador. >