COMPRAS IMPULSIVAS

Economia da chuva: vendas de guarda-chuva e capas sobem em Salvador

Os primeiros oito dias do mês de abril atingiram a marca de chuvas para o mês inteiro

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  • Yasmin Oliveira

Publicado em 10 de abril de 2024 às 06:00

Fachadas com expositores chamam a atenção do consumidor que busca se proteger da chuva
Fachadas com expositores chamam a atenção do consumidor que busca se proteger da chuva Crédito: Paula Fróes/CORREIO

A chuva em Salvador está longe de dar uma trégua. Nos oito primeiros dias de abril, choveu mais do que o esperado para o mês inteiro. O aguaceiro, contudo, tem aquecido a venda de guarda-chuvas e capas. O maior ponto de venda desses itens tem sido as estações de metrô.

Para não chegar na Politécnica encharcado, a compra de uma sombrinha no Campo da Pólvora foi a salvação do estudante de engenharia Gabriel Santos. “Estava a caminho da Ufba e quando vi o céu totalmente tomado por nuvens e a chuva alagando as ruas, comecei a procurar por uma sombrinha. Ainda bem que encontrei um senhor vendendo por R$ 20, nem me importei que era roxo de bolinhas”, disse.

A história do estudante mostra como a mudança de estação também influi no comportamento do consumidor. Em janeiro, auge do calor do verão, as vendas de ventiladores e ares-condicionados batiam recordes e muitas lojas registrava fila de espera de até 25 dias para poder entregar os produtos. A previsão do tempo aponta que as chuvas vão continuar durante o resto da semana.

“Está quase impossível andar por Salvador sem uma capa ou um guarda-chuva. Comprei um kit na saída do metrô em Pirajá e sempre ando com um na bolsa quando não estou com a sombrinha”, relatou a farmacêutica Francisca Dantas, 32.

Mesmo com diversas pessoas comprando nas plataformas do metrô ou em pontos de ônibus, a Avenida Sete também se tornou um local buscado pelo consumidor para conseguir os produtos contra a chuva mais em conta. Para Denilson Ferreira, 51, vendedor da loja Planeta Casa, as estampas coloridas de capas e guarda-chuvas são as mais procuradas pelos consumidores, o que deixam eles mais caros.

“Foram quase 80 guarda-chuvas (vendidos) só pela manhã, fiz meu dia. O pessoal olha pela rua e compra vários, para filho ou sobrinho que está próximo. A economia da chuva tá batendo certo. O de oncinha vendeu para um caramba, é o campeão de vendas. Tem onça para tudo que é lado nessa Avenida Sete”, afirmou.

Gerente da loja, Cristiano de Jesus falou que foram mais de 200 produtos vendidos por causa das chuvas. No primeiro dia em que as nuvens foram se formando, eles montaram um expositor com os guarda-chuvas e, por serem tanto modelos clássicos quanto aqueles com estampas diferentes ou os infantis, os itens chamaram bastante atenção do público.

Os guarda-chuvas da loja Planeta Casa custam de R$ 15 a R$ 20. O valor e as estampas coloridas chamaram a atenção de Nancy Andrade. A bancária disse que já era cliente da loja e sua fachada chamou a atenção pela abundância de produtos, mas o guarda-chuva de oncinha foi o que a atraiu para a vitrine. “Já perdi diversos guarda-chuvas. A gente não tem costume de usar, então acaba comprando e depois perdendo, sempre precisando achar um novo”, disse.

Nancy Andrade, 49, foi atraída para a Planeta Casa pelas estampas
Nancy Andrade, 49, foi atraída para a Planeta Casa pelas estampas Crédito: Paula Fróes/CORREIO

A loja do Campo Grande da Nova Chic Acessórios precisou aumentar seu estoque de sombrinhas, deslocando parte da quantidade da loja da Avenida Sete para suprir a demanda que esgotou o produto nos primeiros dias de chuva forte.

“Aumentou uns 80% nas vendas, e a sombrinha era a mais procurada. Na outra loja, a capa de chuva saiu mais, principalmente por um show que teve no fim de semana. Muitas pessoas compravam para revender”, contou a gerente Taís Rocha.

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela