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'Era o homem mais forte, mais inteligente e generoso que eu já conheci': familiares lembram de Wilson Maron

Ex-diretor do CORREIO tinha 97 anos e morreu na última quarta-feira (16), de causas naturais

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 17 de julho de 2025 às 21:00

Enterro ocorreu na tarde desta quinta-feira (17), no Cemitério Jardim da Saudade Crédito: Marina Silva/CORREIO

Amizade, honestidade e gentileza estão entre as características mais lembradas por quem conviveu com Wilson Maron. Na Capela B do Cemitério Jardim da Saudade, familiares e netos se despediram do ex-diretor do CORREIO, que morreu na noite da última quarta-feira (16), aos 97 anos, de causas naturais.

O velório começou às 9h e seguiu até o final da tarde, quando o corpo foi sepultado. Emocionados, filhos e netos lembraram de Maron como um pai e avô generoso e como um exemplo a ser seguido. “O meu avô era o homem mais forte, mais inteligente e generoso que eu já conheci. Ele sempre me incentivou a ser grande, a realizar meus sonhos, a correr atrás e a ser independente. Era um pai maravilhoso e um avô melhor ainda. Se estou onde cheguei hoje é por causa dele”, falou a neta Catarina Maron.

“Meu pai cumpriu o papel dele aqui na terra com a serenidade, a nobreza e a gentileza dele. Tinha muitas qualidades e alguns defeitos, mas as melhores coisas dele sempre se sobressaíam. É isso que eu levo comigo”, completou o filho de Wilson, Luciano Maron.

Para Carlos Maron, também filho do ex-diretor, a simplicidade e a honestidade eram as principais características de seu pai. “Era um homem bom, que gostava de ajudar as pessoas, não só da família, mas a todos. Vai deixar uma lacuna muito grande, porque ele era o espírito e o espelho para a nossa família. É um homem que a Terra está perdendo, mas que o Senhor está ganhando. Vai deixar uma saudade incalculável”, afirmou.

“Meu ‘biso’ era um cara ímpar, com um coração bom e que sempre estava alegre quando nos víamos. Era como aquele avô que vinha todo feliz me cumprimentar e sempre estava com aqueles R$ 50 na mão. Por mais que seja um momento de tristeza, as memórias boas ficam e estamos tranquilos de saber que ele vai para um bom lugar pelas coisas que ele fez”, lembrou o bisneto Felipe Carvalho.

Um dos mais emocionados no sepultamento de Maron foi o empresário e ex-senador Antonio Carlos Magalhães Júnior. Sobrinho do ex-diretor do CORREIO, ele recordou a convivência e a amizade com o tio. “A nossa relação era muito próxima. Desde criança, passando pela minha adolescência, tivemos uma convivência muito grande, além de termos trabalhado juntos por muito tempo. Ele era uma pessoa alegre, uma pessoa aberta, comunicativa e que era um amigo acima de tudo. Vai fazer muita falta”, declarou.

“Um tio muito querido de meu pai e que sempre esteve muito presente nas nossas vidas. Um exemplo de homem, de pai, de avô e com uma contribuição muito importante para o CORREIO ao longo da sua vida, a qual dedicou a maior parte para contribuir com o crescimento e consolidação do nosso jornal”, disse a sobrinha-neta de Wilson e diretora-executiva do CORREIO, Renata Correia.

Colegas de Maron dos tempos de CORREIO também foram ao Jardim da Saudade e lembraram da cordialidade do ex-diretor. O ex-editor-chefe do jornal Demóstenes Teixeira relembrou que Maron era uma espécie de relações públicas da empresa e que engajava nas disputas travadas pelos repórteres.

“Ele gostava dos embates políticos que eram travados pela equipe e abriu caminhos com diversas instituições, como as Forças Armadas. Era uma pessoa muito solidária, um amigo de todos, que viveu muito e bem. Nós conversávamos quase todos os dias e ele sempre demonstrava preocupação com o jornal. Foi uma pessoa importante para a construção do CORREIO”, falou.

Outra paixão de Maron era o vôlei. A editora-chefe do CORREIO, Linda Bezerra, lembrou que Maron tinha o hábito de perguntar os horários dos jogos da seleção brasileira aos repórteres de esportes do jornal para poder acompanhar.

“Se tinha algum horário errado, ele cobrava no dia seguinte (risos). Com mais de 80 anos, ele ia todos os dias para o jornal e sempre era o primeiro a chegar. Era um homem muito gentil, cortês e que gostava de conversar com todos”, afirmou.

Nascido no dia 19 de fevereiro de 1928, em Salvador, Wilson dedicou mais de 40 anos ao jornal. Além de ser diretor do CORREIO, ele foi presidente do Instituto do Cacau e diretor da Santa Helena. Ao longo da vida, recebeu diversas honrarias, como a Ordem do Mérito Naval, condecoração concedida durante as comemorações da Marinha pela passagem do 151° Aniversário da Batalha do Riachuelo.

Wilson Maron era irmão da ex-primeira-dama da Bahia Arlette Maron de Magalhães. Ele deixa três filhos: Luciano, Angela e Carlos. O seu filho, Wilson Maron Júnior, morreu aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino.

*Com orientação do editor Miro Palma