Estudantes da rede municipal disputarão torneio nacional de robótica

Alunos do 5º e do 6º ano do ensino fundamental vão competir entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 23:47

Os alunos são do 5º e 6º ano do ensino fundamental e formam a equipe “Lobato Que Transforma”
Os alunos são do 5º e 6º ano do ensino fundamental e formam a equipe “Lobato Que Transforma” Crédito: Marina Silva/CORREIO

Eles estudam no Centro Municipal de Educação Infantil Mário Altenfelder, no Lobato, em Salvador, estão no ensino fundamental e integram o grupo de quatro que competirá na etapa nacional da First Lego League Challenge (FLL), em Brasília.

O evento é operado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e será realizado entre os dias 28 de fevereiro e 02 de março. Os alunos são do 5º e 6º ano do ensino fundamental e formam a equipe “Lobato Que Transforma”. Eles disputaram a etapa regional, realizada na capital baiana, em dezembro, onde ficaram em quinto lugar e se classificaram para o torneio em Brasília.

As melhores equipes brasileiras disputarão a etapa mundial em Houston, nos Estados Unidos. O projeto começou após um projeto apresentado pela escola vencer o edital de uma empresa de tecnologia que dava um kit de robótica ao vencedor. A escola foi a única do Nordeste contemplada pela premiação. “Nós nos mobilizamos para escolher o professor que iria mediar o projeto e os alunos que iriam participar. Alguns critérios foram levados em consideração, entre eles o rendimento do aluno”, conta a diretora da escola Graça Soares.

Após a montagem da equipe, eles participaram do FIRST LEGO League Explore, evento de robótica realizado na cidade de Curitiba, no Paraná, em setembro.

“Nós trouxemos o prêmio de melhor pesquisa na área de energias renováveis, com soluções em energias eólicas e energia solar para o bairro do Lobato, inspirado na vivência dos meninos”, explicou o orientador e professor de artes Antônio Fernando Bulcão.

No retorno à capital foram recebidos pelo coordenador da robótica do Sesi, Fernando Didier, que apadrinhou a escola. “Eu falei que, agora, eles iriam dar um passo maior, que é o FLL. A partir disso, nós emprestamos equipamentos como o tapete utilizado nas competições, a maleta com o EV3 [kit de robótica], a mesa e demos instruções para que eles entendessem como funciona”, explicou.

Para o torneio de Brasília, a equipe está desenvolvendo um projeto inspirado no museu Acervo da Laje, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador. Eles criaram um modelo de óculos de realidade virtual, mostrando o acervo do museu.

“Pelo 360º você tem a percepção de alguém que está no lugar. Nós fizemos esse protótipo para mostrar as artes e ajudar os artistas que só são vistos dentro da comunidade”, conta Enzo Vieira, 10 anos.

O protótipo tem a base feita de papelão e conta com um espaço para celular onde será exibido um vídeo simulando a experiência do museu. “Quando nós visitamos o museu, identificamos alguns problemas e um deles era a falta de comunicação. Nós criamos os óculos para que as pessoas possam conhecer mais o lugar e criar o desejo de conhecer”, disse Diogo Monteiro, 11 anos.

A equipe também apresentará um robô, que deverá cumprir tarefas pré-determinadas pela organização antes da competição. O robô tem o formato de uma laje e leva o nome “Acervo”, em homenagem ao cachorro que guiava os visitantes do museu. “Eles têm alguns desafios, devido a limitação de peças, mas a gente está melhorando cada etapa do robô, para ele conseguir completar o máximo de missões possíveis na mesa", explicou o monitor de robótica, André Pires.

O impacto da equipe de robótica já é percebido na escola. Antônio conta que os outros alunos o procuram para poder participar do projeto. “Eles me perguntam quando eu vou selecionar uma outra pesquisa e mostram que estão indo bem nas disciplinas. As professoras perceberam uma mudança de comportamento porque todos querem fazer parte”, completa.

“Os meninos criaram a partir da robótica uma perspectiva de futuro, muitos pensam em ser engenheiros, em trabalhar com robótica, muitos pesquisam sobre o assunto. Esse é o legado que queremos trazer para essas crianças. Novas experiências, poder sair dos muros da escola e valorizar o trabalho em equipe”, finalizou.

O ensino de robótica não está incluído na grade curricular do município. O diretor-superintendente do Sesi Bahia Armando Costa Neto conta que há o interesse da instituição em expandir o projeto para outras escolas municipais.

“Nós temos um projeto que está na mão do secretário, que visa contribuir para que aconteça com a robótica nas escolas o que aconteceu aqui no SESI”, afirmou. A First Lego League Challenge é um torneio internacional de robótica realizado pela organização americana FIRST, junto da empresa dinamarquesa LEGO, que busca incentivar crianças a experimentar e aprimorar seus conhecimentos em robótica. Os participantes são crianças entre 4 e 16 anos. Nesta temporada, os participantes explorarão o papel que a ciência, a tecnologia, a engenharia, a arte e a matemática (STEAM) desempenham para aprimorar e projetar um mundo de possibilidades infinitas.