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Maysa Polcri
Publicado em 31 de julho de 2024 às 06:30
Aos 21 anos, a estudante de psicologia Sabrina Lima Reis foi submetida a um transplante de rim. Para receber o órgão doado pela mãe, a jovem precisou vencer um obstáculo: 20 pessoas deveriam doar sangue para que a cirurgia fosse realizada de maneira segura. Em três dias, o dobro de pessoas fizeram doações. Além da corrente de solidariedade que salva vidas, doadores de sangue têm diversos benefícios na Bahia. >
“Não tive medo por saber que tenho amigos e uma família muito dedicada. Eles levaram outros amigos e colegas de trabalho para doarem para mim. Foi inacreditável saber que tantas pessoas doaram”, conta Sabrina Lima, 22. O órgão foi rejeitado pelo organismo da jovem, que aguarda na fila de transplantes por um novo rim. Doar sangue para a cirurgia de Sabrina fez com que parentes e amigos da estudante criassem o hábito de fazer a doação. >
“Eu sempre tive o desejo de doar sangue, mas nunca consegui por meu peso não ser o suficiente e também por ser uma paciente renal. Depois da doação, vários amigos começaram a doar com frequência”, conta Sabrina. São requisitos para fazer a doação estar em boas condições de saúde e pesar mais de 50 quilos (veja mais abaixo). >
Quem doa sangue tem direito a um dia de folga no trabalho a cada 12 meses trabalhados. Para isso, é preciso que a doação seja comprovada com um documento emitido pelo hemocentro. Homens podem doar sangue a cada dois meses. Mulheres, a cada três. Além da folga no trabalho, os doadores também têm direito a meia entrada em eventos culturais, garantida pela lei 13.183/2014. >
Outro benefício da doação de sangue é a possibilidade de descoberta de doenças infectocontagiosas. Isso porque todo material doado aos hemocentros é testado antes da transfusão, o que garante a segurança de quem vai receber a doação.>
“Todo serviço de hemoterapia é obrigado a comunicar o doador de algum resultado der alterado”, explica Aline Dórea, médica hematologista da Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba). . A testagem inclui a identificação das doenças hepatites B e C, HIV, sífilis, doença de chagas e malária.>
Do total do material coletado pelo Hemoba na Bahia em junho, 285 bolsas de sangue foram descartadas - o que representa 6% do total. O descarte acontece quando o sangue não atinge todos os critérios de biossegurança estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A última atualização do hemocentro, feita na tarde de terça-feira (30), indica que o estoque dos sangues tipo B+, B-, O+ e O- estão críticos. Os tipos A+ e A- estão em alerta. Apenas os tipos AB+ e AB- estão em níveis considerados estáveis.>
Além disso, a demanda cresceu como consequência da criação de novos leitos e hospitais na Bahia, como o Hospital Geral Clériston Andrade (Feira de Santana), Hospital do Subúrbio (Salvador) e do Hospital Regional Dr. Mário Dourado Sobrinho (Irecê). “Mesmo com novos leitos, a Região Metropolitana de Salvador ainda concentra os hospitais de maior complexidade. Isso faz com que a demanda seja muito alta e estamos sempre com dificuldade de manter os estoques”, diz Luiz Catto, diretor geral do Hemoba>