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Gil Santos
Publicado em 4 de abril de 2024 às 15:33
O Instituto de Cegos da Bahia (ICB) vai receber 100 óculos especiais para leitura de textos e objetos. O OrCam MyEye é um dispositivo de 7 cm que fica conectado a uma das haste dos óculos, com uma câmera e uma lanterna que fazem a leitura. Em seguida, as descrições são verbalizadas através de um mecanismo de áudio. Tudo é feito em tempo real. >
Inicialmente, a Prefeitura iria adquirir 100 aparelhos, sendo 44 exclusivos para os estudantes e professores cegos, 46 que seriam compartilhados por jovens com baixa visão que estudam na rede municipal e 10 doados ao Instituto de Cegos da Bahia, mas durante a apresentação da tecnologia, no Centro de Formação Emília Ferreiro, no Costa Azul, nesta quinta-feira (4), o prefeito Bruno Reis (União Brasil) mudou de ideia e anunciou 100 aparelhos para o Instituto. >
“Este equipamento vai mudar a vida das crianças que têm deficiência visual em nossa rede, dando a elas condições de disputar um Enem ou um vestibular em pé de igualdade com a criança que não possui deficiência. A leitura em braile já ocorre, mas com ela os alunos precisam de um tempo maior. Com esses óculos inteligentes, é possível absorver muito mais conteúdo. É a tecnologia evoluindo para permitir que essas pessoas superem as perdas físicas que a vida impôs”, destacou Bruno Reis.>
O auditório estava lotado. A presidente do Instituto, Heliana Diniz, participou do evento e ficou emocionada. Ela afirmou que a tecnologia permite autonomia e facilita a inclusão das pessoas com deficiência. >
"Estou em uma felicidade ímpar, porque 100 óculos vai dá a 100 crianças a possibilidade de se igualar a quem enxerga e a quem tem dinheiro para pagar por esses óculos, que são caros. Estou muito feliz. Eles vão conseguir ler mais rápido, saber quem estar na frente deles, competir e fazer uma porção de coisas que eles não sabiam que podiam fazer", afirmou. >
A tecnologia assistiva não é barata, cada aparelho custa R$ 15 mil, mas especialistas e pessoas com deficiência afirmam que ela faz a diferença. O CEO da Mais Autonomia, empresa que trouxe o OrCam para o Brasil, Doron Sadka, explicou que a tecnologia foi criada em Israel e faz uso de inteligência artificial. >
“É a única em reconhecimento ótico de caracteres que funciona sem a necessidade de conexão com a internet. O usuário pode enxergar em qualquer lugar, inclusive para cumprimentar uma pessoa, pois o dispositivo grava rosto e nome. Também dá para ler, de perto e longe, qualquer palavra, cardápio, bula de remédio, em três línguas: português, inglês e espanhol”, afirmou. >