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Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 11:11
O governador Jerônimo Rodrigues reafirmou que concorda com a aprovação em massa de estudantes. Em um evento em Feira de Santana, nessa segunda-feira (19), ele disse que a escola que reprova "é autoritária" e que não cabe ao professor decidir isso.
"Eu fico muito triste como governador, como professor, quando vejo professoras e e professores reprovando alunos. Não pode ser um professor, um educador, que tenha que dizer no final do ano: 'você está reprovado'. Quando reprova, é a escola que está reprovada. É a escola que não tem condição de dizer: quero curar você da escuridão", afirmou o governador.
Em outro momento, ele diz que este tipo de conduta não combina com as escolas baianas. "A escola que reprova é uma escola autoritária, é uma escola preconceituosa. Não cabe na Bahia de Anísio Teixeira, de Ruy Barbosa, não cabe a escola ser autoritária. A que nós tínhamos, a escola da escuridão, a escola dos autoritários, era aquela que além de reprovar, nenhum pai ou mãe queria ir, porque sabia que era para esculhambar os filhos deles, falar mal dos meninos e meninas", diz.
O trecho do discurso do governador foi compartilhado pelo APLB Sindicato, nas redes sociais. A entidade critica a postura do governador. "Enquanto legítima representante dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado da Bahia, a APLB-Sindicato lamenta a infeliz declaração do governo do estado, na aula inaugural, em Feira de Santana. A Portaria 190 foi uma medida generalista e sem nenhum diálogo com a categoria. Se existe o quantitativo alto de reprovação em uma escola, deve-se intervir na pesquisa, avaliação e construção coletiva de alternativas para a mudança do quadro", diz uma nota publicada pela entidade.
O sindicato diz ainda que não é justo culpar os professores pela reprovação de estudantes. "Não é justo atribuir essa responsabilidade única e exclusivamente aos professores, professoras ou à qualquer instituição de ensino. Temos problemas graves como a evasão escolar, a insegurança, a falta de estrutura, a desvalorização dos trabalhadores em educação. Como professor, o governador sabe que o ato de ensinar não pode se resumir na aprovação ou desaprovação do aluno. Vai muito mais além!".
Aprovação em massa
Uma portaria publicada pelo governo estadual no dia 274 de janeiro estimula os professores da rede a aprovarem os estudantes, mesmo aqueles que não frequentaram as aulas ou não obtiveram êxito em todas as disciplinas.
De acordo com a portaria, discentes que não passaram em até cinco disciplinas podem prosseguir para a próxima série. Além disso, como uma forma de promover a aprovação a todo custo, a portaria estipula que o Conselho de Classe pode permitir a progressão do aluno reprovado se considerar que seu “desempenho global foi satisfatório”. A medida ressalta ainda que o controle da frequência deve focar no acompanhamento do aprendizado e não na reprovação.
De acordo com a portaria, discentes que não passaram em até cinco disciplinas podem prosseguir para a próxima série. Além disso, como uma forma de promover a aprovação a todo custo, a portaria estipula que o Conselho de Classe pode permitir a progressão do aluno reprovado se considerar que seu “desempenho global foi satisfatório”. A medida ressalta ainda que o controle da frequência deve focar no acompanhamento do aprendizado e não na reprovação.