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Mais de 120 mortos: ofensiva contra o CV pode redesenhar o mapa do crime em Salvador?

CORREIO conversou com especialistas em segurança pública

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 15:48

Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro
Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro Crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil

Tancredo Neves, Vila Verde, Engenho Velho da Federação e Lobato. O que estes bairros de Salvador têm em comum, além de serem conflagrados? São marcados pela presença das duas maiores organizações criminosas do estado, o Comando Vermelho (CV) e o Bonde do Maluco (BDM), que nos últimos dois anos tiveram seus conflitos acirrados e quase que diários, seja para conquistar ou se manter nele. Em todas, foram momentos de terror, com baixas dos dois lados e de inocentes.

Neste contexto, o CORREIO procurou especialistas em segurança pública para repercutir o impacto em Salvador em relação a terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, os quartéis-generais do CV, onde, pelo menos, mais de 120 pessoas morreram. É possível o reordenamento dessas e outras facções aqui, num suposto enfraquecimento do grupo carioca?

Alan Barbosa Fonseca por Reprodução

Para o pesquisador do Instituto Fogo Cruzado (IFC) e do Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Daniel Edler. “Apesar de ser muito cedo para se falar do impacto geopolítico do crime, existem pesquisas de ações policiais anteriores no Rio, em que ações específicas contra o Comando Vermelho criaram oportunidades para outros grupos no território”, declara.  

Edler pontua também outros efeitos. “Além dos crimes contra o patrimônio e a vida, as pesquisas indicaram um aumento da letalidade policial.  Foi observado que, quando nas primeiras ações há também morte de policiais, as seguintes são mais mortais, porque há aí um sentimento de vingança”, declara. 

Segundo o historiador e integrante da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia, Dudu Ribeiro, a ação policial trará consequências para além do território carioca.  

Traficante baiano foi morto em megaoperação no Rio por Reprodução

“Quem estuda, pesquisa sobre segurança pública sabe que quando não se faz uma política centrada na inteligência, ou seja, sufocando financeiramente as organizações, impedindo o acesso ao armamento pesado, o emprego da arma de fogo fica em última instância, o que se provoca em primeiro momento é uma disputa pelo comando das organizações e sua reorganização distribuída em todo o Brasil. E isso tende a promover novos episódios de violência”, declara.  

Dudu chama a operação de “massacre promovido pelo governador do Rio de Janeiro”. “O que nós vimos ontem foi uma chacina promovida por um tipo de segurança pública e terrorismo de estado e agora as famílias do Rio de Janeiro choram e os bairros periféricos do Brasil podem sentir o resultado direto desse tipo de operação”, conclui.