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Millena Marques
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 08:52
A Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) resgatou mais de 2,7 mil aves silvestres na Bahia em 2025. Somente no último bimestre, 1106 foram apreendidas, resultado de 17 operações de Fiscalização Ambiental realizadas em Salvador e Região Metropolitana.>
As espécies mais cobiçadas pelos criminosos são papa-capim, canário-da-terra e cardeal. “Isso ocorre porque são aves muito procuradas pela população devido ao canto característico e à beleza, o que alimenta o comércio e a criação ilegal, sobretudo por conta dos torneios de cantos onde os proprietários das aves vencedoras ganham prêmios pecuniários, o que valoriza e gera mais lucro”, explica a major Érica Patrícia, comandante da Coppa. >
Mais de 200 aves silvestres são resgatadas de comércio ilegal na Bahia
A venda ilegal de aves silvestres movimenta valores significativos, sendo um dos crimes ambientais mais rentáveis. “O valor varia de acordo com a espécie, principalmente quando se trata de espécies raras ou ameaçadas de extinção. Não sendo viável a divulgação de valores afim de não gerar incentivo indireto a está prática delitiva”, diz Érica. >
O comércio de aves silvestres configura crime ambiental contra a fauna, previsto no artigo 29 parágrafo 1º da Lei Federal nº 9.605/98. A pena é de detenção, de seis meses a um ano de multa, podendo ser aumentada se houver agravantes, como contra a espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, entre outras. “Neste mesmo sentido, poderá o indivíduo insurgir nas penas previstas no art. 32 deste mesmo dispositivo legal (Crime de maus-tratos)”, continua. >
Além da responsabilização criminal, há também a aplicação de sanções administrativas. s multas podem variar de R$ 500 por espécie que não consta nas listas oficiais de risco ou ameaça de extinção e R$ 5 mil por espécie que está na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção. “A multa será aplicada em dobro se a infração for praticada com a finalidade de obter vantagem pecuniária, além de outras penalidades cabíveis”, finaliza Érica. >
O crime ocorre em várias regiões da Bahia, sendo mais comum em áreas Metropolitanas e do interior do estado, especialmente em feiras livres e mercados populares, onde aves são comercializadas de forma clandestina. Pontos de comércio ilegal também foram identificados em grandes centros urbanos. >
Aves silvestres são resgatadas em Camaçari