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Maysa Polcri
Publicado em 10 de junho de 2025 às 05:00
O silêncio da pacata de Rio do Pires, no centro sul da Bahia, foi interrompido por um protesto contra o fechamento da única agência bancária da cidade, na semana passada. Se o fim das atividades previsto para este mês se concretizar, o município passará a integrar a lista de 199 cidades baianas que não possuem sequer um banco - número que representa 47,72% do total. Os dados são do Banco Central e foram divulgados pelo Sindicato dos Bancários da Bahia. >
São cidades de todas as regiões da Bahia, onde os moradores precisam viajar para realizar ações simples, como sacar o dinheiro e fazer transferência. O movimento de fechamento de agências bancárias na Bahia segue uma tendência nacional. A facilidade de acessar serviços bancários na palma da mão, no celular, substituem cada vez menos dos serviços presenciais. Mas isso não é para todo mundo. >
Em Olindina, por exemplo, a comerciante Renivalda de Oliveira Rocha, de 57 anos, precisou ir até o banco depois que trocou de celular e precisou autorizar o dispositivo a realizar transações - operação que só é realizada em caixa eletrônico. A baiana fez isso perto de casa, em uma agência do Bradesco. Se o novo celular fosse comprado no mês que vem, a tarefa simples se transformaria em uma missão. >
Isso porque o Bradesco anunciou que vai fechar a agência, que é a única da cidade, ainda em junho. Renivalda de Oliveira foi informada que poderá ser atendida em na unidade do banco em Rio Real, município localizado a 50 quilômetros de distância - o qual ela nunca visitou. "Eu nem sei onde fica essa cidade. Imagina ter que ir para lá só para ir ao banco", reclama a moradora. Seriam 100 quilômetros percorridos apenas para desbloquear o celular. >
Moradores protestam contra fechamento de agências na Bahia
A própria comerciante admite que faz quase todas as operações bancárias pelo celular. Pix, transferências e pagamentos de conta. Tudo está na palma da mão. Mas nem sempre é assim. Por isso, o Sindicato dos Bancários alerta para o número significativo de agências na Bahia. Entre 2020 e maio deste ano, 134 unidades foram fechadas no estado, segundo levantamento da entidade feito com informações do Banco Central. É como se uma agência fosse fechada na Bahia a cada 15 dias. >
"Uma boa parte da população não tem condições de realizar operações bancárias em dispositivos eletrônicos. Se uma pessoa é analfabeta, por exemplo, como vai ler um termo em inglês em um aplicativo no celular?", questiona Ronaldo Ornelas, um dos diretores do sindicato. Ele lembra ainda que problemas de conexão de internet dificultam o uso de celulares principalmente no interior. >
A iminência de fechamento da única agência de Rio do Pires foi o que motivou um protesto de moradores e funcionários do Bradesco, na última quarta-feira (4). Uma audiência pública foi realizada na cidade para discutir o fechamento. Em nota enviada ao CORREIO, o banco admitiu que tem promovido mudanças na forma de atendimento e que os clientes são redirecionados para agências próximas. A empresa diz ainda que 98% do total de operações feitas atualmente acontecem por meios de canais digitais >
No Maranhão, uma decisão judicial determinou a suspensão do processo de encerramento de atividades do Bradesco em 16 municípios do estado, no mês de abril. A determinação atendeu a um pedido do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor da Bahia (Procon) daquele estado. O Sincato dos Bancários da Bahia acionou o Procon baiano para tentar um movimento parecido. Uma reunião foi realizada entre as entidades em maio, o Ministério Público deve ser comunicado sobre os fechamentos. >
O número de agências fechadas em cinco anos e meio na Bahia, 134, é puxado pelo encerramentos de atividades de unidades do Bradesco. Foram 64 no período. Entre as cidades que ficaram sem banco após o fechamento de alguma unidade do Bradesco estão: Serra do Ramalho, Serra Dourada, Inhampube, Paripiranga, Paratinga e São Felipe. Atualmente, a empresa conta com 178 agências na Bahia. >
O segundo banco com mais fechamentos foi o Banco do Brasil, que perdeu 27 unidades em cidades baianas. Em seguida, aparecem o Itaú (26), Santander (18) e Caixa Econômica Federal (1). Questionada sobre os fechamentos de bancos no interior da Bahia, a Federação Brasileira de Bancos (Febrabran) afirmou que não possui informações sobre o encerramento de atividades de agências bancárias. A entidade, no entanto, ressaltou a migração dos clientes para os serviços digitais. >
"Os bancos estão adequando suas estruturas à nova realidade do mercado, em que a utilização dos canais digitais de atendimento vem ganhando espaço em detrimentos dos canais físicos e presenciais, refletindo, em especial, o novo perfil do consumidor, que busca, e encontra, conveniência, comodidade, segurança e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos. Algumas agências se transformaram em unidades de negócios e visam atender o novo perfil do consumidor, que busca, e encontra, comodidade, segurança e rapidez nos meios eletrônicos dos bancos", diz. >
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Fonte: Sindicato dos Bancários da Bahia, com informações do Banco Central>