'ROBÔ NEXT'

MP denuncia cinco pessoas por desviar R$ 8 milhões em esquema de pirâmide financeira

O sigilo da investigação, que ainda está em curso, foi retirado para possibilitar a identificação de novas vítimas do grupo

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  • Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 23:13

null Crédito: Divulgação

Cinco pessoas apontadas por montar esquema de pirâmide financeira de criptomoedas foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado da Bahia. O esquema, que prejudicou milhares de vítimas pelo país, teria rendido aos denunciados mais de R$ 8 milhões. A denúncia foi oferecida e recebida pela Justiça em setembro de 2023. Nesta semana, a investigação teve sigilo retirado por determinação judicial.

Segundo o Ministério Público, o grupo criou a empresa DD Corporation-Dream Digger para atrair os investidores na internet e por outros meios de comunicação. Foram denunciados Leandro Yoitsi Akabane, Leonardo Gusmão Araújo, Gabriel da Silva Rodrigues Benigno, Rafael da Silva Rodrigues Benigno e David Alves Cardoso. Eles respondem ao processo penal na 1ª Vara Criminal de Salvador, pelos crimes de estelionato, pichardismo (pirâmide financeira) e lavagem de capitais.

O sigilo da investigação, que ainda está em curso, foi retirado por determinação judicial a pedido do MP, para possibilitar a identificação de novas vítimas do grupo.

A Justiça também autorizou o bloqueio dos bens e quebra do sigilo bancário dos investigados, requeridos pela 18ª Promotoria de Justiça Criminal de Salvador.

O esquema

Além de captar membros para o esquema de pirâmide, os integrantes do grupo recebiam em sua conta bancária os valores que, em tese, seriam convertidos em dólar para a compra de criptomoedas, com falsas promessas de alta rentabilidade. No entanto, as vítimas descobriram que os valores transferidos ao grupo estavam indisponíveis para resgate devido a uma suposta “falha temporária no sistema” da empresa.

De acordo com investigações iniciadas pela Polícia Civil do Estado de São Paulo e posteriormente encaminhadas ao MP, o grupo usou o dinheiro das vítimas para comprar diversos carros de luxo e realizar festas com atrações nacionais.

Para o MP, isso “denota uma estratégia de ostentação de uma vida de luxo, a fim de arregimentar mais ‘investidores’, e possibilitar ao grupo ocultar e dispersar o produto dos crimes”.

A Dreams Digger, posteriormente denominada DD Corporation, atuava no ramo de criptomoedas, especialmente bitcoins, oferecendo intermediações desses ativos a serem realizadas através de um suposto robô denominado ‘Next’, prometendo aos consumidores rentabilidade mensal de 10% a 12%.

O modelo de negócios da empresa caracterizava esquema de pirâmide, a partir de dois principais pontos, que incluíam uma quantidade excessiva de bônus e gratificações no sistema binário de marketing de rede. Além disso, os investimentos no robô de arbitragem Next não tinham lastro técnico. O foco do negócio era na vasta remuneração do marketing multinível (recrutamento de novos investidores pelos investidores mais antigos) em detrimento da efetiva rentabilidade dos supostos investimentos.

O CEO da Dreams Digger ainda não foi localizado pela Justiça. O CORREIO não localizou a defesa dos investigados. O espaço segue aberto.

Eventuais vítimas do esquema podem entrar em contato com o Ministério Público pelo Disque 127 ou pelo site de atendimento ao cidadão.