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Pesquisa indica que apenas 18% dos nordestinos faz uso de medicamentos para controle do colesterol

Dado revela uma lacuna importante no conhecimento sobre saúde cardiovascular na região

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 11:25

Imagem Edicase Brasil
null Crédito: SewCreamStudio | Shutterstock

Apenas 18% dos nordestinos fazem uso de medicamentos para controle do colesterol. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pela Novartis Brasil. O dado revela uma lacuna importante no conhecimento sobre saúde cardiovascular na região.

No Brasil, anualmente ocorrem cerca de 400 mil mortes relacionadas a doenças cardiovasculares – número maior do que todas as mortes por cânceres somadas. Ainda de acordo com o levantamento, 50% dos brasileiros acreditam que é possível controlar o colesterol sem medicação, mesmo quando um paciente se enquadra em um perfil considerado de alto ou muito alto risco.

Outro dado preocupante demonstrou que 68% dos entrevistados com alto risco não sabe que precisa manter o colesterol ruim (LDL) abaixo dos 50mg/dL2. Quando a amostra é ampliada e inclui os pacientes com colesterol elevado em geral, só 34% faz uso de medicação para auxiliar na sua redução. 

A pesquisa foi realizada com 1000 entrevistados em uma amostra espelhada da população brasileira 18+ das classes A, B e C. A amostra contou com 48% dos participantes do sexo masculino e 52% do sexo feminino. Foram entrevistadas pessoas de todo o Brasil: 49% Sudeste, 20% Nordeste, 17% Sul e 15% das regiões Centro-oeste e Norte.

Na última quinta (8), foi celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Controle do Colesterol, que causa uma doença silenciosa que, se não for controlada, impacta diretamente na saúde do coração. O colesterol alto é um fator de risco significativo para doenças cardiovasculares, que incluem infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A data também lança luz à necessidade de adesão rigorosa ao tratamento para garantir o controle adequado da doença.

Adesão ao tratamento

O sucesso no controle de condições crônicas depende de alguns fatores, entre eles a adesão do paciente ao tratamento, que é quando o indivíduo segue à risca a prescrição e demais orientações da equipe médica sem falhar.

No caso do colesterol ruim (LDL) a má adesão ao tratamento usual com estatinas está associada ao não atingimento das metas seguras, principalmente nos pacientes com doença cardiovascular aterosclerótica. Como consequência, a doença evolui, aumentando a morbidade e mortalidade dos pacientes.

"Quando falamos em colesterol, que se trata de uma doença silenciosa, a assiduidade ao tratamento é fundamental para o atingimento das metas de LDL. Para as pessoas que sofreram um infarto ou AVC, é recomendado manter os níveis abaixo de 50 mg/dL, e, apenas uma dieta saudável e a prática regular de exercícios físicos não são suficientes para atingir essa meta. É essencial um acompanhamento médico regular e, muitas vezes, a utilização de medicamentos específicos para o controle eficaz do colesterol”, disse o cardiologista do InCor, Dr. Sergio Timerman.

Um estudo norte-americano, baseado no banco de dados Komodo Health, realizado com pessoas já em tratamento, indica uma mudança de chave que pode ajudar médicos e pacientes a superarem o desafio da adesão. O estudo avaliou a adesão ao tratamento com três terapias: inclisirana, alirocumabe e evolocumabe.

Dentre as terapias analisadas, inclisirana, que é administrada em injeções em um esquema com dose inicial, outra em três meses e depois semestralmente, teve a maior adesão com 69,9% dos pacientes continuando com o tratamento. A aderência com alirocumabe e evolocumabe, administrados a cada 2 semanas ou 1 vez ao mês, foi de 51% e 48,6%, respectivamente, comprovando que posologia influencia na adesão ao tratamento do colesterol ruim.