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Maysa Polcri
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 13:00
A Polícia Civil da Bahia anunciou que vai implantar uma operação específica para combater o golpe do falso advogado. A medida é uma resposta ao pedido de providências feito pela Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA). O objetivo é concentrar as informações sobre os golpistas e colocar em prática ações conjuntas de inteligência. >
O anúncio foi feito pelo presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia, Jorge Figueiredo, durante o 3º Colégio de Presidentes de Subseções da OAB-BA, realizado em Lençóis, na última semana. O golpe tem sido praticado por criminosos que usam dados públicos de advogados para roubar pessoas envolvidas em processos judiciais. Desde abril, a OAB-BA recebeu mais de 800 denúncias. >
O delegado Jorge Figueiredo, que é especializado em crimes digitais, explicou que a operação da Polícia Civil será estruturada a partir de um padrão investigativo, centralizando a produção de conhecimento sobre o golpe e deixando para as delegacias territoriais apenas a execução das ações. >
“No lugar de deixar cada unidade traçar uma linha de investigação, iniciaremos uma operação com uma produção de conhecimento e só iremos encaminhá-la para que as delegacias territoriais deem entrada nas cautelares e executem essas operações”, explicou. As operações devem ser deflagradas no segundo semestre deste ano. >
A iniciativa é fruto de uma reunião entre a OAB Bahia e a Secretaria de Segurança Pública realizada na última quarta-feira (30). Daniela Borges, presidente da OAB-BA, comemorou a iniciativa. "Temos nos empenhado de forma intensa e já recebemos mais de 800 casos registrados, com todo esse material catalogado. Temos certeza de que poderemos contribuir significativamente com as investigações e com a construção de soluções eficazes para proteger a advocacia e a sociedade", disse. >
Os golpistas entram em contato com os clientes ou as partes, fingindo ser o advogado contratado ou o respectivo escritório. A partir daí, o golpista solicita transferências via PIX, alegando que o pagamento prévio de um valor é necessário para liberar um suposto crédito existente no processo. >
A abordagem pode acontecer por invasão ou clonagem do WhatsApp do advogado ou escritório, com o uso da foto do profissional ou logotipo da empresa. Os golpistas também podem utilizar números desconhecidos, e-mails, SMS ou redes sociais para simular mensagens enviadas por supostas pessoas ligadas ao advogado, como uma secretária, ou por instituições financeiras ou suporte técnico. Veja abaixo como evitar ser vítima da fraude: >
Sempre desconfie ao receber uma ligação solicitando a confirmação de dados;
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Confira se o número de telefone é conhecido e estabeleça com seu advogado uma comunicação sempre pelos mesmos canais;>
Combine de fazer os pagamentos em uma única instituição financeira (sempre com os mesmos dados bancários, agência, conta, CNPJ ou CPF).>