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Millena Marques
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 11:23
Oito pessoas foram presas durante a ‘Operação Grilagem S.A’, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia e Secretaria de Segurança Pública (SSP) em Salvador, Candeias e Camaçari, na manhã desta quinta-feira (4). Quatro policiais estão entre os presos. >
De acordo com a SSP, o grupo é investigado por operacionalizar rede criminosa especializada na apropriação indevida de terras urbanas e rurais (grilagem) e por outros crimes, como corrupção ativa e passiva. Também foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão. >
‘Operação Grilagem S.A’
Segundo as investigações, os policiais utilizavam da profissão para facilitar as ações do grupo criminoso. Dois empresários foram alvos, um deles foi preso em flagrante. A ação é a terceira fase da ‘Operação Crickets’ e contou com a participação das equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) do MPBA, da Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral (Force) da SSP, e das Corregedorias das Polícias Militar e Civil. >
A organização criminosa atuava de forma estruturada e meticulosa, dividindo suas atividades em cinco fases: identificação e invasão de terrenos, afugentamento de opositores, edificação de construções, falsificação de documentos e regularização da posse, e, por fim, a venda dos imóveis a terceiros de boa-fé. O grupo utilizava violência e ameaças para garantir o domínio das áreas invadidas, contando com o apoio de agentes de segurança pública. >
Denúncia >
A ‘Operação Grilagem S.A’ é um desdobramento de investigações do Gaeco iniciadas com a ‘Operação Crickets’, deflagrada em março de 2022. A atuação do MPBA contra o esquema de grilagem já resultou em denúncia criminal recebida pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Na ação penal, que corre sob segredo de Justiça, o MPBA aponta envolvimento de agentes de segurança e de servidores públicos na regularização fraudulenta de terras invadidas, com manipulação de processos administrativos para garantir a impunidade do grupo criminoso. >