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Um dos acusados trabalhava na Colônia Penal de Egressos
Wendel de Novais
Publicado em 20 de setembro de 2024 às 08:04
Os policiais penais que são alvos de uma operação contra corrupção e organização criminosa na manhã desta sexta-feira (20) são acusados de receber pagamentos para colaborar com esquemas criminosos dentro dos presídios. Um deles, identificado como Marcos Aurélio Freire, foi preso em casa no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador, e trabalhava na Colônia Penal de Egressos, onde ficam presos do regime aberto e semi-aberto.
De acordo com uma fonte ouvida pela reportagem, o acusado, que foi identificado pelo nome de Marcos, recebia pagamentos para liberar a saída dos presos em horários não autorizados. "Os presidiários pagavam a ele para poder sair do regime quando quisessem, independentemente do regramento. Então, eles saíam, voltavam muito depois ou nem voltavam. Ou seja, ele, em alguns casos, dava liberdade total aos presos submetidos ao regime", fala.
Por conta do esquema criminoso, o acusado teria recebido quantias que não foram detalhadas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap). As apreensões feitas na casa de Marcos, no entanto, são robustas. "Foram apreendidas armas, munições, computadores, celulares, pen-drive e muitos relógios. Todo material apreendido servirá como prova da associação entre o acusado e os presos, bem como os itens de valor que ele conseguiu adquirir por conta dessa pratica", completa a fonte.
Ao todo, considerando a prisão do Engenho Velho de Brotas e outras duas prisões na Estrada das Barreiras e no Cabula, três policiais penais tiveram mandados de prisão cumprido. Além das prisões, também são cumpridos mais três mandados de busca e apreensão nos bairros de Santa Terezinha, Fazenda Grande do Retiro e Nova Brasília.
A operação envolve a Seap e equipes do Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (GAECO) e do Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep) do Ministério Público da Bahia (MP-BA).