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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2024 às 12:10
Em cada canto de Salvador há um monumento que conta parte da história da primeira capital do Brasil. São estátuas, bustos e fontes que relembram e preservam a memória soteropolitana. Com intuito de manter vivos os capítulos relacionados aos fatos e personagens da cidade que completou 475 anos em março, a prefeitura de Salvador realiza ações de revitalização dessas obras de arte. Nos últimos quatro anos, a Fundação Gregório de Mattos (FGM) requalificou 80 monumentos, totalizando quase R$8 milhões de recursos investidos.
Somente em 2024, 20 monumentos receberam recursos que somaram R$635 mil e foram entregues à população totalmente restaurados. Segundo a FGM, outros oito estão em processo de requalificação. O trabalho minucioso da FGM conta com uma equipe de restauradores que atua na revitalização das obras, sempre com foco na preservação das características originais de cada peça.
Entre os próximos monumentos que serão restaurados estão o Barão do Rio Branco, no Centro; J.J. Seabra, no Comércio; Irmãos Pereira, na Conceição da Praia; Júlio Davi, na Ribeira; o Centro da Ancestralidade - Mestre Didi, no Rio Vermelho; e as Meninas do Brasil (Gordinhas de Ondina), além da manutenção do conjunto de flores urbanas do artista Ray Vianna, no Rio Vermelho e Garibaldi.
O gerente de Patrimônio Cultural da FGM, Vagner Rocha, destaca a importância das ações de requalificação dos monumentos que ajudam a contar a história de Salvador. “Executamos cerca de 20 restauros por ano. É um trabalho realizado com muita pesquisa, estudo e exige de nós atenção nos detalhes. São obras seculares que, embora precisem ser reformadas, necessitam também da manutenção das características originais, preservando a autenticidade”, explica.
Além das ações para preservação dos bens públicos, Rocha relembra que a FGM executa projeto de educação patrimonial #Reconectar, com a instalação de QR Code nos monumentos para que soteropolitanos, visitantes e estudantes conheçam melhor os fatos e personagens históricos da cidade. O projeto nasceu do interesse da Prefeitura em divulgar os monumentos públicos da capital baiana. “A ideia é que as pessoas se reconheçam nos elementos simbólicos que representam nossa identidade, memória e que repercutem nos nossos valores sociais”, diz.
O bom estado de conservação dos monumentos somado às placas explicativas em QR Code são facilitadores para as visitas guiadas realizadas pelos estudantes da rede municipal ao longo do ano. “É um convite aos nossos adolescentes para que possam pesquisar mais sobre sua própria cidade. A ideia é desenvolver um olhar mais amplo sobre Salvador, além de despertar o interesse pelos monumentos, pela arquitetura, pela história como um todo”, pontua o gerente.
Obras revitalizadas - Entre os monumentos revitalizados no último ano estão o Caboclo, a Cabocla e demais símbolos do 2 de Julho; os bustos dos heróis da Revolta dos Alfaiates, na Praça da Piedade; o Relógio de São Pedro, na Avenida Sete; a efígie de Rubén Darío, no Morro do Ypiranga; o conjunto arquitetônico que forma o Marco de Fundação da Cidade, inclusive o painel de azulejos portugueses, e a Estátua do Cristo na Barra, além das obras de revitalização das Fontes do Santo Antônio e do Baluarte, na Ladeira da Água Brusca; Dos Padres, no Comércio; e Gravatá, em Nazaré.
O restauro do Relógio de São Pedro, por exemplo, custou R$69,4 mil. O relógio, em forma de poste de iluminação, foi inaugurado em 1916. O equipamento é assim denominado em referência à Igreja de São Pedro Velho, construída em 1785 e derrubada em 1913 para a construção da Avenida Sete de Setembro.
No Porto da Barra, houve o restauro do painel de azulejos portugueses, composto por 510 azulejos que representam a chegada e fundação da cidade por Thomé de Souza. A obra é uma homenagem por ocasião do 4º Centenário de Fundação da Cidade (1549 a 1949). Em 2003, o ceramista português Eduardo Gomes reproduziu o desenho original, feito pelo artista Joaquim Rebuco. Deteriorado pela força do tempo, o painel foi recuperado com um investimento de R$100,6 mil. Já o Cristo da Barra foi restaurado e polimentado.